sexta-feira, 23 de abril de 2010

Bangalore a Los Angeles: uma história hollywoodiana

Bangalore a Los Angeles: uma história hollywoodiana
The Indian Express 30/9/2003 SHALINI LANGER


Julia Roberts produzirá a incrível história de um menino autista indiano.

Nova Delhi, 29/9/2003: Ele é chamado de pedra de Rosetta do autismo. (A laje entalhada que permitiu traduzir os hieroglifos do Egito). Dizem que ele faz o que os médicos pensavam ser impossível, contando o que é estar preso em um corpo e mente autista. Seu nome é Rajarshi "Tito" Mukhopadhyay, tem 13 anos, é poeta e escritor.

A história de Tito e sua mãe que, sozinha, de Bangalore a Los Angeles, o levou mais longe do que se imaginava, agora chega a Hollywood em um filme de Julia Roberts.

A atriz comprou os direitos da tocante história escrita por Portia Iverson de duas mães - uma, em uma mansão em Los Angeles; a outra, em um apartamento em Bangalore - que se juntaram para buscar ajuda a seus dois filhos, autistas severos.

Julia poderá interpretar uma das mães na adaptação do livro inédito Strange Son. Se ela o fizer, será mais um salto na história que começa em Bangalore com uma mulher e sua determinação em mudar a vida de seu filho, diagnosticado com autismo severo. A doença rouba de uma pessoa suas habilidades sociais, cognitivas e de comunicação e não tem cura.

Como todas as crianças autistas, Tito aprendeu a sentar e caminhar como os outros bebês. Mas na idade de 18 meses,mostrava sinais de que não era normal, permanecendo distante e recusando-se a falar. Com três anos, os médicos disseram a Soma Mukhopadhyay (uma engenheira) que seu filho era autista.

Quando outras teriam se desesperado, Soma decidiu que essa não seria a sua resposta.

Com métodos que muitos chamam de controvertidos, ela começou a ensinar Tito dia e noite, incessantemente estimulando-o, Recusando-se a deixar sua mente descansar ou se distrair. Quando Tito indicava que preferia encostar no canto, ela forçava-o a caminhadas diárias, falando sobre as coisas à sua volta.

Depois de algum tempo, ela começou a amarrar um lápis em sua mão, mostrando-lhe como escrever, muitas vezes recusando deixá-lo comer até que ele a atendesse. Em seu livro, Tito diz que ela freqüentemente lhe batia (A expressão é beat him up, que quer dizer atacar subitamente e, também, perturbar.).

Soma nunca duvidou que seu filho pudesse aprender e isso pode ter sido a diferença. Ao longo do caminho, ela combinava muitos métodos, como muitas outras mães de autistas na Índia são forçadas a fazer, por falta de especialistas.

Com o pai de Tito trabalhando em outra cidade, Soma tocava música, lia para ele livros - como as Fábulas de Esopo, Dickens, Shakespeare - e então lhe pedia que ele escrevesse histórias por si só.

Tito respondeu. Dois anos depois, seu primeiro livro, Beyond the Silence (Além do Silêncio) foi publicado, compilando seus escritos dos oito aos onze anos. Enquanto as habilidades comunicativas de treze anos permanecem pouco desenvolvidas - ele acha difícil falar e ouvir ao mesmo tempo, ou pegar uma caneta e um bloco até que sua mãe lhe peça - tudo isso muda quando Tito escreve. Eu preciso escrever, o garoto redigiu há pouco tempo. Faz parte de mim. Espero ficar famoso.

O livro era para garantir isso. Ele chamou a atenção da roteirista Portia Iverson, premiada com o Emmy de diretor de arte e mãe de um menino autista de 10 anos, Dov. Ela e o marido, produtor de Hollywood Jon Shestack (Air Force One) estão por trás do Cure Autism Now, a maior instituição privada de suporte à pesquisa do autismo nos EUA.

O CAN patrocinou a mudança de Soma e Tito para Los Angeles em julho de 2001 e continua a lhes dar apoio. O método que Soma usou com seu filho ganhou um nome: Método de Sugestão Rápida (Rapid Prompting Method), ou RAM. Desde então a mãe e o garoto têm sido o centro de uma constante atenção da mídia e dos pesquisadores.

Poucos não ficam impressionados. Os cientistas que testaram Tito dizem que ele é real e desafia todos os conceitos já criados para o autismo.

Mary Barua, a fundadora do Ação para o Autismo, em Nova Délhi, que tem interagido com Tito, chama-o de um garoto fascinante com uma mente fantástica. De acordo com ela, Tito mostra que muitas pessoas com autismo têm uma mente brilhante escondida em seus corpos.

Em outras palavras, Iverson diz, Tito responde as perguntas de muitos pais que, ocmo ela, querem saber pelo que suas crianças estão passando, mas não têm como explicar. Perguntas como por que crianças autistas agitam suas mãos por que não olham nos olhos, por que se balançam.

Quando eu tinha 4 ou 5 anos, Tito escreveu, era duro perceber que tinha um corpo, exceto quando tinha fome ou quando estava debaixo do chuveiro e meu corpo ficava molhado. Precisava de movimento constante, que me fazia sentir meu corpo... Todo movimento é uma prova de que existo. Eu existo porque me movo. Os cientistas dizem que os autistas têm dificuldade em desenvolver um mapa do corpo.

Tito também conta que pessoas com autismo escolhem um canal sensorial e que ele escolheu a audição. Ele presta atenção aos sons da linguagem e à informação oral, o que pode ajudar a explicar seu dom para a poesia. A visão, para ele, é penosa.

De outra vez, ele escreveu: As formas vêm primeiro e depois vêm as cores. Se a coisa se move, tenho de começar tudo de novo.

Enquanto os pesquisadores continuam a estudar Tito, mais e mais pais estão adotando o método de Soma para ajudar seus filhos. Seus relatos mostram que têm se surpreendido com os resultados. Iverson dá o exemplo de seu filho Dov, que começou a falar sentenças inteiras desde que Soma o acolheu sob suas asas. Iverson diz que quando ela perguntou a seu filho, recentemente, o que ele vinha fazendo esses anos todos que não lhe respondia, Dov apontou as letras para soletrar: Aprendendo.

Tito não se surpreenderia. Perguntado uma vez o que ele achava que era o maior equívoco que as pessoas tinham sobre o autismo, ele respondeu: Que os autistas não têm qualquer compreensão.

Na homepage de Tito, um pequeno poema desenvolve essa idéia:
Um mundo assim só poderia ser
com aceitação e amor, e não simpatia.
Minha história poderia tocar seu coração minha "esperança" essa recompensa teria.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Video do Breno com 6 anos

Nesse video meu filho tinha 6 anos. Foi na festa de formatura e ele pediu pra ler na cerimônia. Ficou muito contente por realizar seu desejo e nem se intimidou que o ambiente estava cheio de pessoas.

Nem preciso dizer que chorei horrores. Esse dia foi muito emocionante.

PÉROLAS DO BRENO - PARTE 15


Ontem o Breno foi no neuro e ele viu um brinquedo da turma da Mônica em que vc aperta um botão e sai um personagem de dentro de uma caixinha. Justo na caixainha da Magali estava com defeito e não abria por nada. Ele ficou aborrecido e quando seu médico foi ajudar também não estava conseguindo. Foi quando Breno soltou a seguinte pérola:

- Vai você consegue.
Como não estavam conseguindo, Breno fez um pedido inusitado:
- Precisamos de uma chave inglesa.