quinta-feira, 17 de junho de 2010

Daniel Jansen, autista, conclui mestrado no IB



Como a amizade com uma cadela labrador ajudou Daniel Jansen, o primeiro autista brasileiro a defender sua tese numa universidadeUm cão-guia até o mestradoA AMIZADE ENTRE DANIEL E LUANA era uma dessas hipóteses difíceis de se concretizarem. Ele, um rapaz autista, avesso a qualquer contato físico, re­pelia todas as investidas dela, um filhote de cão labrador cheio de lambidas para dar. Mas esse encontro rendeu frutos. No fim de fevereiro, Daniel Ribeiro Jansen Ferreira, de i2 anos, defendeu sua dissertação de mestrado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Convenceu a banca e foi aprovado. Os especialistas que acompanham au- tistas não tem notícia de outro brasileiro que tenha ido tão longe nos estudos. Dificuldades de planejamento e convivência costumam emperrar a evolução escolar ides. Poucos concluem a faculdade. Daniel foi alem. Luana teve grande res­ponsabilidade nisso. Conheceram-se há :três anos, quando ela era recém-nascida. Daniel, que sempre evitou abraços e beijos humanos, recebeu um tratamento de cho­que: lambidas, afagos e fidelidade da cadela brincalhona.Algumas habilidades são muito mais desenvolvidas que outras. Daniel aprendeu a ler sozi­nho aos 4 anos folheando um fascículo sobre anatomia humana. Por outro lado, seu desempenho em interação social é baixo. o contato olho no olho e o en­tendimento das reações das pessoas são prejudicados. "Um simples 'oi' pode ser interpretado como uma paquera': diz o psiquiatra Cesar de Moraes, diretor-clíni­co da Associação para o Desenvolvimen­to dos Autistas em Campinas. o trabalho da entidade foi fundamental para que Daniel pudesse cumprir as exi­gências do mestrado.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Audiência no Rio de Janeiro


Pessoal a Berenice da Adefa, me enviou um e-mail para divulgar a audiência que acontecerá no dia 21/06. Confira abaixo:


Caros companheiros e amigos do autista,

Aqui estou novamente convocando a todos para mais uma Audiência Pública, mais uma na história do autismo no Brasil!Dessa vez queridos amigos, estaremos unidos para pressionar os Deputados a aprovarem nossa lei que já tramita na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Graças ao Deputado Audir Santana, na Audiência de 17 de novembro 2009 saímos de lá com o projeto de lei já tramitando. Desde esse dia ele só tem nos acompanhado e feito tudo que está ao seu alcance para nos apoiar e não deixar que caia no esquecimento nossa causa maior, a CAUSA queridos amigos, são nossos filhos, são os filhos dos companheiros que não tem tratamento...Se hoje estou aqui pedindo apoio e comparecimento, não é por filhos que já tem tudo, é pelos que nada tem, é pelos injustiçados, pelos destituídos de escola, tratamento, dignidade, atenção por parte do Estado!Só nós sabemos onde dói o autismo, só nós sabemos que inclusão não há, que profissionais habilitados para tratá-los não há!Sempre costumo dizer que nós, mães de autistas somos todas irmãs! No decorrer dessa luta pelas leis, só tive mais certeza disso!Em cada companheira que se junta ao movimento eu vejo um pouco de mim, em seus filhos um pouco do meu filho...Por essas e outras companheiros, só temos um caminho a seguir... O caminho é políticas públicas!! O caminho é leis que NÓS temos que fazer que se aprove, NÓS temos que fazer que se cumpra!!!Nesse momento temos importantes aliados, o Senador Paulo Paim e Deputado Audir Santana que seguem conosco sem medir esforços, e por nossa vez, temos que estar lá, dizer o que queremos e mostrar que AUTISMO É TRATÁVEL!!!!Contaremos com a presença de vários profissionais da área e com nosso querido astro, o tenor Saulo Laucas que nos presenteará mais uma vez com sua belíssima voz, abrilhantando nossa Audiência!A hora é essa amigos, dia 21 de junho às 14.00 hrs no auditório da ALERJ, com o sentimento de vitória na alma,EU OS ESPERO!"A SOLUÇÃO PARA O AUTISMO COMO EU COMPREENDO, É PARA TODOS OU NÃO HÁ SOLUÇÃO SATISFATÓRIA!" Por amor, pelos autistas, sempre!!!Berenice Piana de Piana ADEFAAssociação em Defesa do Autista

terça-feira, 8 de junho de 2010

Brincar de imaginação - estimulando o desenvolvimento de Breno


Alguns anos atrás fiz teatro profissionalmente. Cheguei até a ganhar concursos literários e tinha registro pela SBAT como autora teatral. Além disso também cantava profissionalmente. Enfim, minha vida era no palco.

Com a chegada do Breno tive que abdicar do meu lado "artistico" para me dedicar totalmente a ele. Usando meu instinto teatral, comecei a fazer leituras dramatizadas para meu filho e ele adora! Através da dramaticidade passou a compreender mais as emoções e expressões. E passou a interagir em brincadeiras de faz-de-conta.

Ontem mesmo, Breno me propôs brincar de "Os três porquinhos", e criou um diálogo entre os porquinhos e o lobo e eu tive que reproduzir. Depois pediu para brincarmos de chapeuzinho vermelho e lobo mau.

Na escola já realizou duas redações.

Aos poucos sua capacidade imaginativa tem aflorado e com isso tem melhorado sua interação social.

Brincar é muito importante para o desenvolvimento emocional, cognitivo e autonomia, além de trabalhar essencialmente a interação social que é um dos três maiores desafios do autismo.

Então para papais e mamães, soltemos nosso lado artista, nosso lado criança, e brinquemos com nossos filhos. Eles irão amar!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como entrar no mundo deles?

O autismo já atinge mais crianças que a Síndrome de Down em alguns países, onde uma em cada 500 nasce com o distúrbio, que a impedirá de estabelecer qualquer tipo de contato. Hoje se sabe que, quanto mais cedo essa barreira é quebrada, maiores são as chances de recuperação.


A pedagoga paulista Maria Eleni Mondini durante boa parte da vida trabalhou com crianças deficientes mentais e com síndrome de Down. Estava acostumada a reconhecer os sinais desses distúrbios até mesmo em bebês. Quando engravidou pela primeira vez, ela não conseguiu esconder o alivio depois que seu filho Lucas foi avaliado com notas excelentes no exame de rotina feito ainda na maternidade. Lucas dormia bem, chorava pouco e não estranhava as pessoas. E foi assim até completar 1 ano. Logo depois do aniversário, o menino passou a não se aninhar mais no colo da mãe. Evitava qualquer contato físico. Chegou a pronunciar algumas palavras sem sentido e até a acompanhar com “ê, ê, ê”o refrão da música Ilariê, sucesso da Xuxa. Mas parou por aí. Cada vez mais mergulhado no silencio, foi se fechando numa espécie de universo paralelo, impenetrável. “na época em que ele nasceu, em 1987, eu mal havia ouvido falar sobre autismo”, diz Eleni. “Embora fosse natural para mim lidar com excepcionais, demorei para entender o que ocorria com meu filho”.


É comum que o comportamento da criança autista confunda a família num primeiro momento. Diferentemente dos portadores de outras deficiências mentais, ela não apresenta nenhum sinal físico. A característica mais forte da síndrome é a tendência ao isolamento e a ausência de comunicação – a criança olha de forma dispersa, não responde quando chamada nem demonstra interesse por outras pessoas. Ela pode reagir de forma exagerada a alguns estímulos, como ao barulho de uma porta batendo, e ignorar completamente outros, como o som de uma televisão no último volume.Desde 1943, quando foi descrito pela primeira vez pelo psiquiatra Leo Kanner, o autismo é um mistério para a ciência. Pouco se sabe sobre as causas e menos ainda sobre a possível cura. Encarado como um distúrbio raro, nunca recebeu a atenção (nem verbas para as pesquisas) necessária para o esclarecimento. Nos últimos nos, porém, descobriu-se que a incidência é bem maior: em cada 1000 crianças que nascem em todo mundo, uma é autista. Em alguns países, como os Estados Unidos, os registros apontam para o dobro desse numero: um caso para cada 500 crianças – estimativa que surpreendentemente ultrapassa os índices de Síndrome de Down e de câncer infantil. A descoberta colocou o autismo na pauta de programas de saúde de pública de muitos paises, inclusive o Brasil. Os frutos desse interesse começam a aparecer.A novidade que mais tem empolgado os pesquisadores são os bons resultados obtidos com diagnóstico e o tratamento precoces. “Quanto mais cedo se detecta a síndrome, maiores são as chances de quebrar a barreira de isolamento da criança e de interferir em seu desenvolvimento”, afirma o psiquiatra Raymond Rosemberg, de São Paulo. “O principal obstáculo é que, geralmente, eles só iniciam o tratamento muitos anos após surgir os primeiros indícios, quando o cérebro já está formado e certos comportamentos cristalizados”. Depois de avaliar o resultado de vários estudos, a Academia Americana de Neurologia divulgou recentemente um documento alertando pais e pediatras e mostrando como identificar os sintomas a partir do primeiro ano (ver “os primeiros sinais”). No Brasil, a Associação de Amigos do Autista (AMA) publicou uma cartilha com informações e questionários que serve de roteiro pra detectar o problema.


O pequeno Alejandro, de 2 anos e 8 meses, é um dos exemplos que a intervenção nos primeiros anos de vida pode proporcionar. Quando ele tinha 1 ano e meio, a mãe, designer Teresa Jimenez, começou a perceber seu comportamento estranho. Alejandro não imitava nenhum gesto, não dava beijos e ficava horas girando as rodas de um carrinho ou olhando os movimentos de uma máquina de lavar roupas. “Mesmo assim, eu não pensava em autismo”, conta ela. “Foi meu pai quem nos chamou atenção para essa possibilidade e pediu que procurássemos um especialista”. Hoje ele está aprendendo a falar e a ler, tem ótima memória fotográfica, freqüenta uma escola comum e demonstra carinho pelos pais.A síndrome se manifesta sempre antes dos 3 anos e, curiosamente, afeta mais meninos que meninas: a cada quatro autistas, três são do sexo masculino. Durante muito tempo, acreditou-se que era um distúrbio psicológico provocado por pais frios e distantes. Além do desafio de criar um filho com problema, muitas famílias também conviviam com esse sentimento de culpa. Hoje, sabe-se que o transtorno tem origem biológica e atinge o sistema nervoso ainda em formação. Embora os motivos ainda não estejam identificados, vários estudos trazem evidencias de que haveria um componente genético. No entanto, mais pesquisas são necessárias para determinar se um defeito genético poderia sozinho predispor uma criança ao autismo ou se estaria associado a outros fatores.


Que planeta é esse?


O autista apresenta deficiência em três áreas nobres do desenvolvimento: a comunicação, a interação social e a imaginação. Juntos, esses três desvios conseguem produzir semelhante à sensação de alguém que, de repente, se vê em um pais de cultura e língua desconhecidas com as mãos imobilizadas, sem a mínima condição de compreender os outros ou de se expressar por palavras e gestos. Não é a toa que o problema passou a ser conhecido como “Oops! Wrong Planet Syndrome”(Síndrome de Ops! Planeta errado!’), apelido dado pelos primeiros grupos de apoio às famílias dos portadores do distúrbio. Além isso, para o autista, não há diferenciação entre o “eu” e o “mundo”. Ele não tem capacidade de interpretar o estado emocional e as expressões, como fingir que uma vassoura é um cavalo de pau.


Cerca de 70% dos autistas possuem algum nível de retardo mental. “A imagem de gênio incompreendido mostrada no cinema, a exemplo do personagem vivido por Dustin Hoffman no filme Rain Man, corresponde à minoria dos casos”, afirma o psiquiatra Francisco Assumpção, do Hospital das Clínicas, de São Paulo. Esse pequeno grupo de “autistas de alto nível”, que possuem uma boa capacidade de comunicação e inteligência – mesmo vivendo em uma espécie de mundo particular – é classificado como portador da síndrome de Asperger, em homenagem ao pesquisador austríaco Hans Asperger, o primeiro a descrever essa categoria.


É o caso do paulista Jefferson, 13 anos. Quando começou a falar, aos 5 anos, os pais puderam perceber que ele já sabia ler. Suas fontes favoritas eram revistas, legendas de filmes e rótulos de produtos importados. Ele pronunciava o inglês perfeitamente. De tanto prestar atenção nos créditos dos filmes, sabia o nome de todos os dubladores e os identificava mesmo em produções diferentes. Além disso, conseguia reproduzir no teclado qualquer musica que ouvia. “Muitas pessoas achavam que ele era superdotado”, conta a mãe, secretária Maria Aparecida de Oliveira. Mas dava para perceber que apesar dessas habilidades, Jefferson possuía outras limitações. Tinha fixação por rotina e qualquer mudança no caminho para casa desencadeava uma reação de pânico no garoto. Na hora de brincar, ele até ficava no meio de outras crianças, mas nunca interagia numa brincadeira.


Vencendo o isolamento


Como apresenta problemas de comunicação, o autista não costuma desenvolver vínculos afetivos de forma espontânea. Esse é justamente um dos pontos mais enfatizados nos programas de ajuda. “O primeiro passo do tratamento é fazer com que a criança comece a perceber o mundo a sua volta”, explica Rosemberg. “Isso ocorre quando ela compreende que, para cada ação sua, há uma reação no ambiente”. Para abrir uma brecha nesse muro de isolamento, os especialistas utilizam varias técnicas que auxiliam a criança a criar canais de comunicação, seja por meio da fala, seja por meios de sinais e símbolos. Uma das mais comuns é a ABA, sigla inglesa para Análise Aplicada do Comportamento. Ela consiste em ensinar por etapas habilidades tão diversas como reconhecer expressões faciais ou se portar em um restaurante, criando um minucioso passo a passo, que é repetido quantas vezes forem necessárias. A cada acerto, há uma recompensa. Assim, pouco a pouco, a criança descobre que, ao se expressar, ela pode conseguir muito mais rapidamente o que deseja. Lucas, o garoto do inicio do texto, aprendeu a assobiar quando algo o irrita em vez de se agredir fisicamente. Ele também usa cartões com figuras sempre que quer dizer algo. Em associações como a AMA, com umidades em vários estados, e a Lúmen, em São Paulo, um dos principais objetivos das atividades é estimular a sociabilidade e a independência. “Nunca vou esquecer o dia em que o Lucas conseguiu ir ao banheiro sozinho, aprendeu a segurar um talher ou mostrar para a gente o que queria comprar no supermercado”, diz Eleni. “Cada passo é uma conquista importante, tanto para mim quanto para ele”.


Os primeiros sinais

Alguns sinais que podem revelar a presença da síndrome.
Até o primeiro ano

Não olha para o rosto da mãe nem demonstra emoção na presença das pessoas.
Tem aversão ao toque, não fica no colo.
Não estabelece comunicação com quem toma conta dele.
Não dorme, dorme demais ou não acorda quando está com fome.
Não atende quando chamado.
A partir do segundo ano.
Interessa-se mais por objetos do que por pessoas.
Não partilha a atenção e não demonstra reação quando quem está cuidando dele faz algum gesto ou barulho
Tem dificuldade para fixar o olhar.
Não aponta para mostrar interesse
Repete por horas brincadeiras e gestos, como balançar as mãos.



Uma autista por ela mesma. (Trechos do livro “Uma menina estranha” - Cia. Das Letras, autobiografia da autista americana Temple Grandin, 43 anos, que se tornou engenheira, bióloga e Ph.D em Psicologia)


“Embora eu entendesse o que as pessoas diziam, minhas respostas eram limitadas. Eu tentava, mas na maior parte das vezes não saía nada”.“Eu já era adulta quando consegui olhar alguém nos olhos”.“Era como se eu fosse surda. Nem mesmo um barulho forte conseguia me assustar ou me fazer sair do meu mundo”.



Ajuda pela internet.


Os autistas percebem o mundo de forma completamente diferente das pessoas. Pesquisadores americanos da Universidade de Ohio descobriram que eles captam, como nomes e números, embora tenham dificuldade para entender o todo. Em vez de enxergar uma floresta, os autistas vêem cada árvore em separado. Isso também ocorre quando observam faces humanas. Como notam apenas a boca ou o olho em vez do rosto inteiro, não interpretam as expressões faciais nem se interessam em copiá-las – requisito fundamental para o aprendizado. “Embora eles não imitem as pessoas espontaneamente, sabemos que esta capacidade pode ser estimulada”, afirmou o psiquiatra Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia, na Conferencia sobre Inovações Tecnológicas para o Autismo, nos estados Unidos. Seguindo esse raciocínio, a equipe do psicólogo americano Dominic Massaro, da mesma universidade, criou um boneco virtual que usa os recursos da animação gráfica para ensinar crianças surdas e autistas a falar pior repetição. Ao pronunciar as palavras, Baldi, como é chamado, reproduz com perfeição os movimentos dos lábios. As expressões são acompanhadas de legendas e sons, e a criança decora cada movimento e o liga a um sentido. Ainda em fase de experimentação, a programa está disponível gratuitamente no site http:://mambo.ucsc.Edu.


Fonte: Texto retirado da revista “Claudia”. Abril de 2001 pags. 206 a 210.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Autismo pode explicar 'conversa' de menina britânica com animais

Autismo pode explicar 'conversa' de menina britânica com animais
Pesquisadora americana que tem o problema relata facilidade para entender bichos. Autistas contariam com mesma atenção a detalhes e pensamento não-verbal, diz ela.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo


Pelo menos uma pessoa não deve ter ficado surpresa com a notícia de que a menina britânica Rose Willcocks, portadora de uma síndrome rara e com sintomas de autismo, seria capaz de "falar" com animais, assim como o personagem cinematográfico Dr. Dolittle. Trata-se da pesquisadora americana Temple Grandin, professora da Universidade do Estado do Colorado que também tem uma forma de autismo e afirma que pessoas com esse problema têm uma capacidade instintiva para entender os bichos.


Curiosamente, há outros paralelos entre a biografia da garotinha britânica e a de Grandin -- a cientista americana, especializada em comportamento animal, só começou a falar com quatro anos de idade. A forma de autismo de Grandin, conhecida como síndrome de Asperger, parece não afetar a inteligência geral da pessoa, mas dificulta muito sua capacidade de se comunicar normalmente, de forma verbal e não-verbal: o portador tende a soltar enormes monólogos repetitivos, além de não conseguir entender as nuances emocionais num olhar, por exemplo.

Por outro lado, Grandin diz que seu problema lhe permite entender com facilidade o comportamento e a mente dos animais. Na verdade, em seu livro "Na língua dos bichos" (publicado em 2006 no Brasil), Grandin argumenta que o raciocínio e os sentidos de animais e autistas funcionam de forma relativamente parecida. Não há na frase nenhum julgamento de valor: ela jamais quis dizer que os autistas são inferiores ao resto da humanidade -- apenas que a mente deles têm suas próprias regras, como a dos animais.

Sem palavras
Um desses detalhes é que, segundo ela, os autistas não pensam em "palavras", como a maioria das pessoas, mas em imagens. Sem o raciocínio verbal, animais e autistas formam uma espécie de "filme" mental para tentar entender o mundo. Ambos também seriam altamente sensíveis a detalhes sensoriais -- não só visuais, mas também sonoros ou olfativos.

Isso explicaria por que alguns autistas ficam hipnotizados com ventiladores girando ou telas de descanso de computador, ou por que eles reagem com medo a pequenas mudanças em seu ambiente. Da mesma forma, os animais tendem a se assustar com detalhes como reflexos luminosos, sons muito altos e agudos ou outros detalhes que, para humanos normais, acabam passando despercebidos.

A pesquisadora especula que a semelhança entre o pensamento de autistas como ela e o dos animais vem de algumas similaridades na organização cerebral. Os animais têm menos desenvolvida a região do córtex cerebral que reúne as informações dos sentidos num todo coerente e lógico por meio da linguagem. Da mesma forma, alguns estudos sugerem que a conexão entre as áreas sensoriais e essa área do córtex nas pessoas com autismo não é das melhores.

Grandin usou sua intuição sobre a mente dos bichos para criar um sistema mais humano de abate, que leva em conta os medos dos animais (como a necessidade de conseguir ver uma distância razoável à sua frente). O sistema foi amplamente adotado nos Estados Unidos.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL254193-5603,00-AUTISMO+PODE+EXPLICAR+CONVERSA+DE+MENINA+BRITANICA+COM+ANIMAIS.html

quinta-feira, 3 de junho de 2010

DICAS PARA ESTIMULAR SEU FILHO


A seguir você verá algumas dicas que servirão para estimular seu filho.Lembre-se que são dicas gerais, adapte-as com critério para seu filho, levando em conta a idade e dificuldades dele.Se possível, converse com o terapeuta que acompanha a criança, ele poderá adaptar estas ou lhe fornecer novas dicas.

1 - Brincar na frente do espelho - se puder, tenha um espelho que seu filho possa se ver inteiro.Sente-se atrás de seu filho e brinque de mostrar seu cabelo, sua boca e etc.Dependendo da crinaça, você precisa segurar a mão dela e ajudá-lo a por nas partes do corpo.Faça comentários tipo, olha o ( cite o nome dele(a)) e a mamãe.Olha a mãmãe eo ( nome da criança) abraçados etc.Este exercício ajuda criar conciência do eu e os outros.

2 - Rasgar jornal.De início é comum a mãe ficar atrás da criança e segurar suas mãozinhas para pegar e rasgar jornal.Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos.Este exercício ajuda na coordenação motora.Você pode inventar uma brincadeira no final tipo juntar os papeizinhos e jogar do alto ( chuvinha de papel!!).

3 - Brincar de massinha.Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massinha.Será preciso insistir

4 - Pintura a dedo - ótimo para estimular, você deve ir falando as cores e deixe a criança se lambuzar um pouco, dá aflição no início, mas aos poucos vai entrando nos eixos.Não jogue as artes fora.De vez em quando mostre para ele as obras que já fez!!

5 - Pegue três latas de tamanhos diferentes ( pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bolinhaBrinque com seu filho de por as bolinhas nas latas, reforçe sempre as palavras Graaaande, mééédia pequeeena.Depois empilhe também as latas.As bolinhas pode ser de pingue e pong que se acha nas lojas de miudezas.

6- Dance - Dançar auxilia muito as crianças, brinque de dançar com seu filho, invente passos, mesmo que ele pareça não se interessar, continue.Ponha músicas de criança, chame os irmãos ou o pai para fazer uma roda.

7 - Tente jogar bola, pode ser uma bexiga, se puder chame alguém para ajudar.Se seu filho não participa, peça para alguém ficar atrás dele e ajuda a pegar e jogar a bexiga para você.

8 - Um ambiente rico em estímulos pode ajudar, deixe o rádio ligado, numa altura média, se possível numa emissora que toque boa música brasileira, e em determinados períodos música clássica.è comum os autistas terem preferências por determinados sons, como voz mais grave, como as de locutor de fm, desta forma você estará facilitando o aprendizado do idioma, acostumando o ouvido dele a ouvir o som do português.

9 - Programas infantis como Castelo Ra Tim Bum, Mundo de Beakmann, além de educativos são ricos em estímulos.

10 - Massageie seu filho.Comece pela parte de trás, dos pés a cabeça.Na parte da frente do corpo, sentido inverso, da cabeça aos pés.Use um óleo ou creme anti alérgico, de odor suave.Fale com seu filho enquanto o massageia.Diga como seus braços, suas pernas seu corpo é forte.Diga-lhe o quanto é amado.Se quiser, ponha uma música suave de fundo.Procure fazer da massagem um ritual diário.Não precisa técnica especial, precisa ter um toque suave e firme, é quase como um carnho.Os resultados são ótimos.

11- Insista sempre, é normal seu filho não se interessar no início, talvez até ficar arredio, não se incomode e continue, deixe as brincadeiras que ele mais gosta por último, faça uma sequência e siga-a, aí ele entenderá que logo virá a parte que ele gosta.
Fonte: site do mão amiga

terça-feira, 1 de junho de 2010

Meu nome é rádio

Fica aí uma dica de filme. Meu nome é Rádio, é bárbaro, lindo, emocionante.


Filme inspirado em fatos reais ocorrido em 1976 na cidade de Anderson, Carolina do Sul, sobre o treinador de futebol americano do Instituto T.L. Hanna, Harold Jones (Ed Harris), e um jovem com deficiência mental, James Robert Kennedy, conhecido pelo nome Radio, interpretado por Cuba Gooding Jr.. Também protagoniza o filme Debra Winger e Alfre Woodard, que foi inspirado no artigo "Someone to Lean On", de Gary Smith, publicado em 16 de dezembro de 1996 na revista Sports Illustrated, sobre James R. Kennedy e Harold Jones.
Rádio é um jovem garoto fascinado pelo futebol americano que estava sempre por aí andando com um carrinho de supermercado com várias coisas, além de um rádio. Seu apelido 'rádio' foi escolhido pela sua afeição por rádios e por ele estar sempre com um rádio dentro de seu carrinho.
Ele passa desapercebido dentre as demais pessoas, até que o treinador da equipe de futebol passa a ve-lo diferente, e passa a ajudá-lo e integra-lo na equipe, na escola, e na vida. O filme se desenvolve com um pouco de ternura por parte do treinador e com a inocência por parte de Radio.
O filme transmite uma lição de humanidade, de reconhecimento pelo próximo e a diferença que isso faz.
O pequeno gesto do treinador em ajudar o rapaz, o reconhecimento, o espelhamento foi trazendo tanta diferença na vida dos dois que essa mudança atingiu todo colégio e, por fim, toda cidade.
Um rapaz que quase não era percebido e pouco conhecido se torna popular e respeitado...
Ponte ao futuro feita no vestiário. O treinador pede aos jogadores que visualizem a vitória.
O bem que se faz ao próximo é percebido por todo o sistema em que está inserido.