sábado, 23 de janeiro de 2010

PERÓLAS DO BRENO - PARTE 4


Passamos por uma pizzaria e Breno pediu:

- mãe, você quer pizza com coca-cola (ele se refere a ele mesmo como você)
- não dá filho. Mamãe ta sem dinheiro.
- Oh mãe compra o dinheiro.

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Dizem alguns médicos que o autista não se utiliza da teoria da mente. Mas às vezes noto que Breno simula situações, como por exemplo, um dia estava na sala e ele estava no quintal. Entrou com os olhos estalados e eu preocupada perguntei:

- O que houve filho?
- Eu to passando mal

Entrei em Pânico e comecei a perguntar onde tava doendo. Foi então que ele me deu a seguinte resposta:

- Eu to brincando mãe

Acontece também quando eu chamo a atenção dele ele simula que está dormindo com direito a ronco e tudo. Uma forma de ignorar o que estamos falando com ele.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PÉROLAS DO BRENO - PARTE 3


Breno tem um livro que conta a história de uma lagarta que entra num casulo e se transforma em uma borboleta. Ele sempre fala que a lagarta saiu da casca e nunca do casulo.

Bem, hoje estávamos no sofá e ele reparou que as minhas costas estavam cheias de "casquinhas" (fui à praia no domingo). Começou a tirar e eu disse que eram casquinhas. Então meu lindinho disse: " mamãe saiu da casca. Vai virar borboleta",rsrsrs.

Expliquei que era outro tipo de casca, mas acho que não "colou" pra ele.
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DIÁRIO DE UMA MÃE DE AUTISTA - Conhecimento através da leitura


Sempre fui uma criança curiosa e com uma imaginação extremamente fértil. Durante parte da minha vida desejei ser escritora. Os livros sempre me fascinaram. E acreditem, nunca recebi estímulo por parte de meus pais para a leitura. Eu lia os livros escondida porque meus pais achavam que crente só podia ler a bíblia.

Uma vez um amigo meu disse que sou autodidata. Mas acredito que a leitura fez com que eu aprendesse sobre muitos assuntos. E eu sempre desejei que quando tivesse um filho ele teria uma estante recheada de livros ( de fato Breno os tem, sejam comprados por mim ou pelos amigos).

Quando cursava o ensino médio, visitava diversas bibliotecas e lia em torno de 3 livros por semana. Viajava nas histórias.

Hoje a internet é minha grande aliada, pois foi graças a minha curiosidade que encontrei forças para entender o que meu filho tem. E pouco antes de se fechar um diagnóstico de autismo, a psicóloga do meu filho brigou comigo dizendo que eu tinha que para de pesquisar sobre autismo que isso era papel dos médicos e que o meu papel era o de ser mãe.

Não preciso nem dizer que o que ouvi entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Como mãe eu tenho o dever de conhecer profundamente o que meu filho tem para poder ajudá-lo. E através deste blog espero compartilhar com pais e profissionais além das minhas experiências pessoais, matérias que fazem parte da minha pesquisa constante. Dos diversos sites, filmes, livros que tenho acesso desde que Breno tinha 4,5 anos.

Queridos pais, sejam curiosos. Ouve seu médico, mas procure, pesquise, tente entender os porquês. Lute por eles com conhecimento de causa. Quanto mais se conhece sobre algo será mais fácil lidar com isso.

Lembre-se um bom vendedor é aquele que conhce tão bem seu produto e o da concorrência para que trenham uma boa argumentação de venda. Seja você um vendedor de esperança. Seu filho precisa de segurança. Leia para ele. Visualmente ele terá mais facilidade para entender a vida. Estude, conhecimento é tudo!
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HIPERLEXIA




Hiperlexia é uma condição de desenvolvimento relacionada ao autismo.




HIPERLEXIA


Lendo muito cedo, de Susan Martins Miller, Nova Alvorada Editora BH 031.2741415Resumo feito por Joana Maria Teixeira de Medeiros, mãe de criança hiperléxica





DEFINIÇÃO
HIPERLEXIA – esta é a palavra que define uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, presente em crianças que mostram certo retardo em determinadas áreas do seu desenvolvimento.
OS SINTOMAS FUNDAMENTAIS
A síndrome da hiperlexia é constituída por três características básicas:
Capacidade precoce para a leitura;
Dificuldade no processamento da linguagem oral;
Comportamento social atípico.
LEITURA PRECOCE.
Não é raro que as crianças hiperléxicas leiam as palavras de cabeça para baixo, ou em qualquer posição.Geralmente é entre os 18 e os 24 meses que as crianças hiperléxicas demonstram capacidade para identificar letras e números. Por volta dos três anos, começam a ver as letras reunidas, formando palavras não importando em que contexto apareçam, nem que aspecto tenham; datilografadas ou manuscritas, maiúsculas ou minúsculas, a criança reconhece. É bem provável que, ainda sem ter desenvolvido a capacidade de falar, sem dominar a linguagem oral usada por outras crianças da mesma idade, ela já esteja lendo palavras e frases.Isso não é ensinado. A capacidade de ler, simplesmente aparece e fica. Do reconhecimento da palavra escrita, a criança, sem prévia instrução fonética, evolui para se interessar pelas sílabas que a compõem. Ela aprende a decifrar, a decodificar palavras.Algumas crianças atingem alto nível visual, instantâneo, e raramente erram a pronúncia, mesmo de palavras difíceis. Outras crianças continuam a reconhecer as palavras pela forma, ou usam uma combinação de decifração fonética e reconhecimento visual.Geralmente, se uma criança começa a ler, sem receber lições, antes dos cinco anos, isto é considerado leitura precoce e pode significar hiperlexia. As crianças hiperléxicas não têm, todas, igual capacidade de ler, algumas lêem aos dois anos outras só aos quatro. A compreensão também varia, mas todas reconhecem as palavras em nível muito superior ao que se poderia esperar de um pré-escolar.
DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ORAL
Para uma criança hiperléxica o nível do reconhecimento de palavras isoladas é um, e outro é o nível de compreensão de palavras agrupadas, formando conceitos.
CONDUTA SOCIAL ATÍPICA
Enquanto outras crianças estão começando a falar e descobrindo na linguagem um meio de comunicação com seus pares, as hiperléxicas estão por fora ! Elas não têm interesse social no mesmo nível que pode ser notado em outras crianças, se colocadas em ambiente social, demonstram não possuir as qualidades requeridas para interação em grupo.
LEITURA COMPULSIVA
As crianças hiperléxicas lêem tudo que seus olhos encontram em forma de letra. Pode ser difícil conseguir que fiquem sentadas por algum tempo, lendo histórias infantis, mas lerão qualquer outra coisa que lhes apareça.Elas, simplesmente, não podem evitar isso, pois os estímulos visuais são muito do seu agrado, principalmente sob a forma de letra.
CONDUTA INFLEXÍVEL
Uma criança pode ser muito geniosa sem que isso nada tenha a ver com a hiperlexia, mas o que se ressalta é que, nas crianças hiperléxicas, o "mau gênio" é ainda mais forte e as explosões podem ser bem mais duradouras. As situações constrangedoras podem ocorrer por conta da inflexibilidade, típica das crianças hiperléxicas, que se julgam com o direito ao comando das decisões, mas também pode ter raízes na circunstância de aquelas crianças não entenderem os fatos correntes, nem saberem o que se esperam que elas façam. É a limitação da sua linguagem que determina a sua conduta. Desde que não entendem o que dizem as pessoas, procuram assumir o controle da situação. A reação que tem contra a confusão, a frustração e a insegurança – que sentem, sem poder exprimir – é comportarem-se de um modo que abala a estabilidade de todos !
APEGO À ROTINA
Para as crianças hiperléxicas, qualquer mudança é algo muito difícil. Quando for necessário introduzir alguma modificação na rotina, é importante preparar-se a criança para isso.
DESLIGAMENTO DA REALIDADE
A criança hiperléxica parece pensar que vivem num mundo somente seu. Não merecem confiança para sair com um grupo numa excursão, por exemplo, nem podem ser deixadas na rua, sem vigilância, mesmo perto de casa.
PEQUENA CAPACIDADE DE ATENÇÃO
A capacidade de atenção das crianças é pequena, e menor ainda nas hiperléxicas. Em certos casos, manter concentrada em um determinado assunto, por mais de alguns instantes, a atenção de uma dessas crianças, é um desafio realmente sério para seus pais e professores.Com freqüência, a criança desvia a atenção para outro objeto, deixando de lado as tarefas que lhe são propostas, uma após a outra. Por outro lado, se o assunto for de sua própria escolha, algumas crianças hiperléxicas serão capazes de lhe dedicar atenção por longo tempo. É o que acontece, por exemplo, quando assistem a programas de televisão ou a gravações em vídeo, e isto ocorre do constante estímulo visual que recebem. Há outros procedimentos que também são comuns em crianças hiperléxicas: atitudes de auto-estímulo, tais como, agitar as mãos, bater a cabeça, torcer coisas; sensação geral de ansiedade inexplicada; temor específico a alguma coisa fora do comum; sensibilidade a barulho, freqüentes acessos temperamentais.Muitas crianças apresentam esses sintomas, entre os 2 e 3 anos, e parecem ser autistas. Entretanto, melhorando a linguagem (compreensão e expressão), a conduta autista diminui ou desaparece.Deve ser lembrado que a hiperlexia é um distúrbio de linguagem, não um distúrbio de conduta. A medida que pais, professores e terapeutas desenvolvam estratégias para melhorar a linguagem e ajudar a criança a entender o que se passa em torno de si, ou o que se espera de si, ela fica menos ansiosa, mais flexível, mais interativa.Os pais da criança e qualquer adulto que tenha contato regular com a mesma, devem lembrar-se sempre deste princípio: O desenvolvimento da linguagem é a chave para destrancar uma criança hiperléxica.
PRIORIDADES
Uma sugestão-chave para pais ou atendentes cansados é o lema: selecione suas lutas. Isso não quer dizer que seja melhor, no interesse da família, deixar a criança hiperléxica fazer tudo o que quiser. Significa, sim, que nem tudo o que parece inaceitável, segundo os seus padrões, é realmente tão importante um conceito. Economize suas energias para quando for importante que ele aprenda a respeitar as regras.
ESTRATÉGIAS
Devemos refletir bem sobre o que ensinar e como ensinar a uma criança hiperléxica. Encontrar o vínculo criativo entre brincar e aprender é um desafio diário. Como os interesses mudam e as necessidades cognitivas também, você tem que estar sempre à procura de novos meios de ligação.

LIMITES
Respeite, porém, os limites, e não exija da criança mais do que ela pode dar. Gradualmente, tente esticar o período de tempo em que a criança esta se envolvendo com o mundo à sua volta, mas aceite a retirada, quando ela precisar de uma trégua.
INTELIGÊNCIA
A inteligência não é prejudicada pela hiperlexia. O teste adequado geralmente mostra que as crianças têm, no mínimo, uma inteligência normal.
CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM
Embora por métodos não usuais, os hiperléxicos aprendem, e isto é importante ter-se em mente. É necessário conhecer-se a sua maneira singular de aprender, e então usá-la para lhes transmitir os conceitos que eles não aprenderem pelos métodos comuns. As crianças hiperléxicas captam rapidamente novas idéias, se os conceitos lhes forem apresentados na forma apropriada, ou seja, adaptada às suas condições psicológicas e à sua maneira de entender. Você poderá ter que usar métodos não ortodoxos, mas as crianças aprenderão.É preciso também, levar em conta, ao máximo, os interesses da criança. Por exemplo, se ela reage bem a anúncios comerciais musicados, ponha as tarefas da escola na música desses anúncios. Se gosta de dinossauros, ponha dinossauros nos seus exemplos. Em lugar de insistir para que a criança se adapte aos padrões normais de ensino, observe como é que ela aprende e use esse método, quando lhe for ensinar algo de novo.
LEITURA
A fenomenal capacidade precoce de leitura é extremamente favorável à criança hiperléxica. Uma ótima estratégia para liberar sua linguagem será usar a leitura como instrumento, não só para desenvolver qualquer aprendizagem, como para disciplinar a conduta.A palavra escrita é concreta. Enquanto a palavra falada voa, antes que a criança possa perceber o seu significado, a palavra escrita permanece num só lugar e permite que a criança olhe por quanto tempo seja necessário até descobrir o que ela expressa
O ESTILO DE APRENDIZAGEM DO HIPERLÉXICO
As crianças hiperléxicas são as pessoas de hábitos mais conservadores que podem existir. Gostam das coisas sempre da mesma forma.Eles procuram sempre - e conseguem padronizar as situações: o caminho para o mercadinho tem que ser apenas um, a seqüência da história na hora de dormir deve ser sempre a mesma, o programa da televisão não deve mudar, como também não pode variar o número de casas em que o ônibus escolar deverá parar. Assim como a linguagem deles é feita em blocos que não se partem , a conduta tende a seguir o mesmo princípio. A criança hiperléxica prefere a segurança do que lhe é familiar; isto pode levá-la a opor resistência à professora quando lhe parecer que ela pretende mudar seu comportamento.Linguagem de conduta são temas que precisam ser tratados de maneira muito específica. É importante entender-se que as crianças hiperléxicas não captam muito da altura ambiental, como outras crianças, mas, se receberem demonstrações com modelos visuais, contarão com a vantagem da sua poderosa memória.
LINGUAGEM E CONDUTA
Professores e terapeutas de crianças com sintomas de hiperlexia confirmam que a melhora da linguagem faz a melhora da conduta. Mas como pular a barreira da linguagem para chegar à conduta?Faça a criança sentir-se segura. A criança ameaçada ou assustada agirá por reflexos, não por pensamento consciente. Um afago, então, pode ser mais eficaz do que uma reprimenda, para afastar uma explosão temperamental. Evite palavreados e procure descobrir porque está insegura a criança. Às vezes a insegurança decorre apenas de um encontro da criança com algo diferente, fora da rotina. A criança hiperléxica deve ser preparada para mudanças físicas ou novas experiências, antes que elas ocorram.Outras vezes, mais freqüentes, você terá que agir diretamente sobre as condições ambientais. Você poderá precisar retirar a criança do ambiente estressante (um recinto barulhento ou superlotado), ou, simplesmente, remover daquele recinto o que estiver perturbando. Quando a criança lhe parecer calma e segura, então poderá ser viável dar-lhe uma explicação.
APRENDIZAGEM CONCRETA E SIMBÓLICA
As crianças hiperléxicas fixam-se no simbólico desde o início. Elas aprendem a ler antes de saberem falar. Com os bloquinhos de construção, em vez de erguerem torres, formam letras. Se olham para o suporte da mesa, vêem um H. Essas crianças precisam ser conduzidas à fase mais elementar dos jogos, para pegar experiência concreta, que geralmente pulam. Não tendo descoberto a relação causa efeito, por exemplo, através de jogos, elas precisam que lhes seja mostrado, visual e intencionalmente, que uma coisa traz a outra. Que elas voltem a subir em árvores, a fazer coisas simples. Que não se fixem no simbólico, deixando de lado a formação de aptidões concretas.Ajude a criança a dominar as aptidões que envolvem tocar e sentir o mundo real. Enquanto outras crianças podem descobrir conceitos por si mesmas, através de jogos, a criança hiperléxica precisa de demonstrações concretas. Se uma criança puder processar os estímulos que recebe do mundo físico ao seu redor, sua ansiedade diminuirá e a verdadeira aprendizagem começar. Então o problema do desenvolvimento da linguagem poderá, realmente, ser enfrentado.
ENSINANDO AO HIPERLÉXICO
As crianças hiperléxicas têm processos incomuns de aprendizagem, não há dúvida. A compreensão desses processos nos dará apoio para encontrarmos a maneira efetiva de transmitir, àquelas crianças, conhecimentos de linguagem e conceitos abstratos.Atuar sobre os hiperléxicos com a força da própria hiperlexia será a melhor maneira de ajudá-los a descobrir a linguagem e o prazer de usá-la. Você terá que deixar de lado tudo o que já souber a respeito de como aprendem a linguagem as crianças em geral, e fixar-se em como aprende a sua criança; este é o que será o seu ponto de partida.Pais e terapeutas já descobriram muitas maneiras, criativas e eficazes, para vencer as barreiras que se opõem ao desenvolvimento da linguagem. A estratégia se processa em três fases:Forme a sua compreensão do estilo de aprendizagem do hiperléxico;Ouça e observe-a para sentir que falhas há no desenvolvimento de sua linguagem;Crie atividades, concretas, e específicas, que utilize o estilo pessoal da criança;Escreva, escreva, escreva... porque a criança lerá, lerá, lerá.Se você tem contato freqüente com uma criança hiperléxica, você sabe que não adianta dizer-lhe vezes e vezes seguidas a mesma coisa.As crianças hiperléxicas em idade pré-escolar não entendem tudo o que lêem em um livro, numa revista ou num rótulo de uma caixa de cereais, mas se você escrever sentenças claras, do nível de sua compreensão, você observará que elas prestarão mais atenção às suas letras do que à sua voz. Não espere que a criança chegue ao 1º grau para fazer uso da sua capacidade de leitura. As instruções por escrito podem constituir uma estratégia básica, aplicável em dezenas de maneiras.
O LUGAR DA CRIANÇA HIPERLÉXICA
Dois grandes benefícios derivam do inter-relacionamento de crianças normais com hiperléxicas: estimula-se o uso da linguagem oral e desenvolve-se a capacidade de interações. A criança com aptidão normal de linguagem é, para a criança hiperléxica, um modelo constante de tagarelice. Embora estejam em campo diferentes padrões de linguagem, a criança hiperléxica presencia os irmãos e os amiguinhos usando uma linguagem funcional. Mesmo quando em desacordo, zangados, gritando a plenos pulmões, estarão falando, estarão usando linguagem verbal.O contato com outras crianças levará a hiperléxica a perceber o uso prático da linguagem; como um meio de comunicação. Haverá, então, muitas oportunidades para que os adultos a estimulem a usar suas próprias palavras, ao desejarem pedir algo, ou dizer o que sentem em determinado momento.Mesmo sem entender em detalhes as características da hiperlexia, as outras crianças, pelo convívio diário, acabam sabendo o que podem esperar da criança hiperléxica, e acham meios para se relacionarem com a mesma. Há impactos, pelo caminho, mas no seio da família ou entre bons amigos geralmente o equilíbrio se restaura.Um membro hiperléxico não corta laços de família, não desfaz amizades, não dispensa o sentimento de solidariedade entre as pessoas.
COLOCAÇÃO NA ESCOLA
As professoras precisam fazer alguns ajustes no currículo escolar, para a criança hiperléxica. Algumas são mais prestimosas do que outras, para essa tarefa que requer atenção especial quanto a alguns pontos, como: lotação da sala de aula, intensidade no programa de desenvolvimento da linguagem, flexibilidade do programa de modo geral.Idealmente a sala de aula não será grande, mas também não deve ser muito pequena. É importante que a criança hiperléxica tenha coleguinhas em número significativo, para que possa aprender a ser parte de um grupo e observar a interação social de outras crianças; se a classe for muito numerosa a criança hiperléxica poderá se sentir sobrepujada e expressar esse sentimento através de conduta desagradável. Ademais, em classe numerosa, professora e auxiliares disporão de pouco tempo para fazer o que for necessidade exclusiva da sua criança, com ter que escrever tudo que bastaria ser dito oralmente.O programa deve ter fortes elementos para desenvolver a emissão e a recepção da linguagem. Professores e auxiliares deverão valer-se da aptidão de ler das crianças, para desenvolver a compreensão e a utilização da linguagem. Esteja atenta para perceber sinais de que a criança está recebendo da professora maneiras criativas de encorajar as crianças a usar palavras em variadas colocações. É essencial que a professora seja flexível.Sugestões têm surgido, para a criação de salas de aula destinadas a hiperléxicos, em razão da sua conduta indócil. Não é uma colocação apropriada, dado que os problemas de conduta da criança hiperléxica estão ligados à linguagem. Talvez um ambiente exclusivo, ou predominante, de hiperléxicos, não proporcionaria facilidades para a abordagem natural do problema, que seria, justamente, proporcionar a convivência de crianças hiperléxicas e crianças não hiperléxicas.A chave do sucesso encontra-se com freqüência, nas classes comuns ajudadas pelos serviços auxiliares; a criança pode ter assistência de um fonoaudiólogo, um professor especialista em dificuldades de aprendizagem, um professor de reforço ou um assistente social. A professora da classe, trocando idéias com essas pessoas, também receberá ajuda para atravessar as horas difíceis._________________________________Linguagem (expressão da): capacidade que tem o indivíduo para expressar suas idéias por meio de palavras.Linguagem (recepção da): capacidade que tem o indivíduo para perceber, auditiva ou visualmente a linguagem expressa por outro indivíduo.

Fonte: http://maoamigaong.trix.net/hiperlexia.htm
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Brincando com a criança autista


Brincando com a criança autista
Por: Mônica Accioly

Em todas as brincadeiras, os olhos do adulto deverão estar no mesmo nível do olhar da criança.
“Vou pegar você” - brincar de “pegar”, fazer cócegas, abraçar. Repetir várias vezes e parar. Se a criança, de alguma forma, pedir que o adulto repita a brincadeira, o adulto deve repetir.
Imitar a ação da criança, usando dois brinquedos iguais (carros, chocalhos, objetos que rolem). No início, fazer o movimento ao mesmo tempo em que a criança, depois em turnos.
Soprar bolas de sabão
Pião – demonstrar para a criança, repetir, parar, esperar que ela peça por mais. No início, aceitar qualquer tentativa de comunicação.
Brinquedos com sons / luzes – deixar a criança explorar, depois brincar com ela, em turnos.
Fantoches de animais – o adulto deve fazer uma voz diferente; imitar o som do animal; dizer o nome do animal. O fantoche beija a criança, abraça, se esconde, dá tchau, bate palmas.
Músicas - aproveitar o interesse da criança e dançar com ela, segurando suas mãos, pulando, balançando, imitando os movimentos dela (se a criança mais tarde imitar os seus, ótimo!).
Bola – jogar ou rolar para a criança e ensiná-la a jogar/ rolar a bola de volta (talvez sejam necessários dois adultos). Quando ela souber jogar para outra pessoa, jogar outros brinquedos, como carrinhos.
Livro - mostrar figuras, apontando para a figura e para a criança, sucessivamente.
Surpresa! – coloque vários objetos/ brinquedos num saco e ao retirá-los, exagere a surpresa. Quando a criança se interessar, ela e o adulto retiram em turnos.
Surpresa! 2 - esconda objetos/brinquedos pela casa e procure-os com a criança. Quando encontrá-los, exagere a surpresa.
Imitar a criança em brincadeiras menos óbvias (aqui também são necessários dois objetos): falar ao telefone, colocar o boné, colocar um objeto na cabeça, pentear o cabelo, brincar de “comidinha”etc.
Brincar com bonecos – dar comida, banho, pentear, colocar para dormir, sentar na cadeira, entrar na casa, sair etc.


Fonte: site do mão amiga
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Dicas para estimular seu filho


DICAS PARA ESTIMULAR SEU FILHO
A seguir você verá algumas dicas que servirão para estimular seu filho. Lembre-se que são dicas gerais, adapte-as com critério para seu filho, levando em conta a idade e dificuldades dele.Se possível, converse com o terapeuta que acompanha a criança, ele poderá adaptar estas ou lhe fornecer novas dicas.
1 - Brincar na frente do espelho - se puder, tenha um espelho que seu filho possa se ver inteiro. Sente-se atrás de seu filho e brinque de mostrar seu cabelo, sua boca e etc.Dependendo da criança, você precisa segurar a mão dela e ajudá-lo a por nas partes do corpo.Faça comentários tipo, olha o ( cite o nome dele(a)) e a mamãe.Olha a mamãe e o ( nome da criança) abraçados etc.Este exercício ajuda criar consciência do eu e os outros.
2 - Rasgar jornal. De início é comum a mãe ficar atrás da criança e segurar suas mãozinhas para pegar e rasgar jornal.Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos.Este exercício ajuda na coordenação motora.Você pode inventar uma brincadeira no final tipo juntar os papeizinhos e jogar do alto ( chuvinha de papel!!).
3 - Brincar de massinha. Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massinha.Será preciso insistir
4 - Pintura a dedo - ótimo para estimular, você deve ir falando as cores e deixe a criança se lambuzar um pouco, dá aflição no início, mas aos poucos vai entrando nos eixos. Não jogue as artes fora.De vez em quando mostre para ele as obras que já fez!!
5 - Pegue três latas de tamanhos diferentes (pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bolinhaBrinque com seu filho de por as bolinhas nas latas, reforce sempre as palavras Graaaande, mééédia pequeeena.Depois empilhe também as latas.As bolinhas pode ser de pingue e pong que se acha nas lojas de miudezas.
6- Dance - Dançar auxilia muito as crianças, brinque de dançar com seu filho, invente passos, mesmo que ele pareça não se interessar, continue. Ponha músicas de criança, chame os irmãos ou o pai para fazer uma roda.
7 - Tente jogar bola, pode ser uma bexiga, se puder chame alguém para ajudar. Se seu filho não participa, peça para alguém ficar atrás dele e ajuda a pegar e jogar a bexiga para você.
8 - Um ambiente rico em estímulos pode ajudar, deixe o rádio ligado, numa altura média, se possível numa emissora que toque boa música brasileira, e em determinados períodos música clássica. è comum os autistas terem preferências por determinados sons, como voz mais grave, como as de locutor de FM, desta forma você estará facilitando o aprendizado do idioma, acostumando o ouvido dele a ouvir o som do português.
9 - Programas infantis como Castelo Ra TIM Bum, Mundo de Beakmann, além de educativos são ricos em estímulos.
10 - Massageie seu filho. Comece pela parte de trás, dos pés a cabeça.Na parte da frente do corpo, sentido inverso, da cabeça aos pés.Use um óleo ou creme anti alérgico, de odor suave.Fale com seu filho enquanto o massageia.Diga como seus braços, suas pernas seu corpo é forte.Diga-lhe o quanto é amado.Se quiser, ponha uma música suave de fundo.Procure fazer da massagem um ritual diário.Não precisa técnica especial, precisa ter um toque suave e firme, é quase como um carinho.Os resultados são ótimos.
11- Insista sempre, é normal seu filho não se interessar no início, talvez até ficar arredio, não se incomode e continue, deixe as brincadeiras que ele mais gosta por último, faça uma seqüência e siga-a, aí ele entenderá que logo virá a parte que ele gosta.
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PÉROLAS DO BRENO - PARTE 2


Bem, Breno é uma figura e costuma me fazer passar por cada situação,rsrsrs.

Fui na casa de uma amiga ele apontou pra cozinha dela:

Breno - o mãe é hora de jantar.

Eu- Não filho. A gente vai jantar em casa.

Breno - Não mãe. Jantar em casa não serve.


A minha amiga então disse que iria colocar comida pra ele. Fiquei super sem graça.

Quando ela estava colocando a comida no prato ele veio correndo me contar;


Breno - Mãe, arroz e feijão. Estamos salvos!


Quem ouve isso até parece que não temos o que comer,rsrsrs.
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Entrevista com o Dr. José Salomão Schwartzman


Essa entrevista se encontra no site do Dr Dráuzio Varela.

Dr. José Salomão Schwartzman é neuropediatra. Formado na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, especializou-se em Neurologia Infantil no Hospital for Sick Children, em Londres, e é professor titular de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Conceito e classificação
Drauzio – Você poderia caracterizar o que é autismo?
Salomão Schwartzman – Na verdade, o que se chama de autismo nada mais é do que um tipo de comportamento que se caracteriza por três aspectos fundamentais. Primeiro: são crianças que parecem não tomar consciência da presença do outro como pessoa. Segundo: apresentam muita dificuldade de comunicação. Não é que não falem, não conseguem estabelecer um canal de comunicação eficiente. Terceiro: têm um padrão de comportamento muito restrito e repetitivo. Atualmente, qualquer indivíduo que apresente esses sintomas, em maior ou menor grau, é caracterizado como autista.Como se vê, o conceito de autismo é muito amplo. Costumo compará-lo com o de deficiência mental, outro conjunto de sinais e sintomas presentes numa série imensa de pessoas.
Drauzio – Como vocês classificam o autismo?
Salomão Schwartzman – Hoje, costuma-se dizer que não há autismo. Existe um espectro de desordens autísticas, em que aparecem as mesmas dificuldades em graus de comprometimento variáveis. Há o indivíduo portador das características citadas em grande proporção e com deficiência mental grave; o grupo com o tipo de autismo descrito pelo médico austríaco Leo Kanner que tem comprometimento moderado e os indivíduos com a Síndrome de Asperger (Hans Asperger foi o médico que a descreveu), que são autistas com linguagem e intelecto preservados.
Drauzio – Você poderia dar um exemplo de autista em cada grupo?
Salomão Schwartzman – Exemplo do primeiro grupo é o autista grave, aquele que aparece em propagandas das instituições que cuidam dessas pessoas. São crianças isoladas, que não falam e repetem movimentos estereotipados permanentemente, ou ficam girando em torno de si mesmas. Como não são sensíveis à comunicação, não respondem quando se fala com elas, não interagem com o outro e têm, em geral, deficiência mental importante.Ao segundo grupo pertencem os autistas que chamamos de clássicos. Esses falam, mas não se comunicam. São capazes de repetir fora do contexto uma frase inteira que ouviram num programa de televisão na noite anterior. No entanto, se lhe perguntarmos quantos anos têm ou qual é o seu nome, não respondem. Isso mostra que ouvem e podem falar, mas não usam a fala com ferramenta de comunicação. Esses têm também dificuldade de compreensão. Embora possam entender enunciados simples, apreendem apenas o sentido literal das palavras. Não compreendem as metáforas nem o duplo sentido. Se você disser “muito bem”, não são capazes de perceber que, na língua portuguesa, essa expressão pode significar tanto “muito bem” quanto “muito mal”. Autistas clássicos são voltados para si mesmos e têm ligação muito pobre com o ambiente. Não olham nos olhos dos outros, não entendem pistas sociais.No terceiro grupo estão os portadores da Síndrome de Asperger, que apresentam as mesmas dificuldades dos outros, mas numa medida bem reduzida. São verbais e inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com gênios porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Vi na televisão uma criança portadora dessa síndrome que costuma ser apresentada como uma das maiores autoridades mundiais em animais pré-históricos. O garoto sabe tudo sobre dinossauros. De onde vieram, o tipo de DNA, o que comiam, onde viveram. Entretanto, se lhe fizermos uma pergunta simples - Quantas pessoas vivem na sua casa? -, ele se comporta como se estivéssemos falando grego.Estabelecer a diferença entre superdotados e portadores da síndrome de Asperger em crianças pequenas é quase impossível. Há um menino em Manaus que sabe de cor o mapa cartográfico da cidade. Desenha todas as ruas, coloca o nome das lojas e o número dos telefones, mas não consegue ser alfabetizado na escola.
Drauzio – Não dá para imaginar como uma pessoa é capaz de decorar o mapa cartográfico de uma cidade ou até mesmo uma lista telefônica inteira e não é capaz de interpretar conhecimentos mínimos como seu nome e o número de pessoas que moram em sua casa.
Salomão Schwartzman – Eu acredito que a pessoa normal não enxerga com os olhos. Registra a imagem nos olhos, mas é seu cérebro que processa a informação. Nos autistas com síndrome de Asperger, a visão é fotográfica. Eles vêem o que a retina capta. Existe um rapaz na Inglaterra, que deve estar com trinta anos e é considerado um dos maiores desenhistas contemporâneos. O neurologista inglês Oliver Sachs, autor de vários livros a respeito de autismo, levou-o a passear pelo mundo. Depois que visita as cidades, o rapaz é capaz de desenhar os edifícios respeitando as proporções e reproduzindo todos os detalhes com precisão. Esse moço faz uma coisa impossível para qualquer um de nós. Se eu você descrevermos o mesmo objeto, certamente iremos descrever duas coisas diferentes porque cada um de nós o enxergou a seu modo. Ele não. Reproduz o prédio exatamente como é.

Causas
Drauzio – Você não acha estranho existir uma patologia com classificação de espectro tão amplo, que abrange pessoas com incapacidade total de comunicação e outras com sinais de genialidade?Salomão Schwartzman – Esse é o problema. Quando Kanner descreveu o autismo em 1943, achou que estava descrevendo uma doença específica que não fugia do quadro clássico que os onze pacientes estudados apresentavam. O fato é que, com o passar do tempo, fomos vendo que não era uma doença específica, nem ocorria por culpa da mãe, porque era essa a visão que se tinha naquela época e, por incrível que pareça, persiste até hoje em alguns lugares.Em outras palavras: por conta da maternagem inadequada, a criança normal tornava-se autista. Tanto era assim que ainda há gente dizendo que o autismo é causado por um ambiente problemático e propõe terapias psicanalíticas como tratamento.Entretanto, à medida que se foi conhecendo melhor essa patologia, o conceito de autismo ampliou-se de tal forma que cabe uma comparação com a deficiência mental, primeiramente descrita como um quadro clássico, típico de alguns pacientes, e depois como problema que compreende uma categoria enorme de doenças.Na verdade, podemos dizer que autismo não é uma doença; é um capítulo da neuropediatria.
Drauzio – Existem causas para o autismo?
Salomão Schwartzman – Nós nunca vamos conhecer a causa do autismo, porque a cada momento estamos descobrindo novas possibilidades. Eu poderia elencar 20, 30, 40 condições diferentes que podem cursar com autismo. Síndrome de Down, Síndrome do X-Frágil e uma série de outras doenças podem cursar o autismo. A Síndrome Fetal Alcoólica provocada pela ingestão de álcool durante a gravidez é uma das causas freqüentes de deficiência mental e autismo.
Drauzio – Crianças autistas nascem, choram, alimentam-se normalmente. Em que fase da vida aparecem as primeiras manifestações da doença?
Salomão Schwartzman – Depende muito da gravidade do comprometimento. Vamos pegar o exemplo do autista clássico. Às vezes, a mãe conta que, desde que saiu da maternidade, esse filho é diferente dos irmãos. Não olha para ela, não quer pegar o peito, não se aninha no colo. No entanto, freqüentemente, por não conhecer a doença, ela acha que esse é o jeito, é o temperamento daquela criança.Existem filmes provando que uma criança normal com cinco horas de vida já é capaz de imitar uma expressão fisionômica. Se estiver bem alimentada e num ambiente tranqüilo e mostrarmos a língua, ela nos mostrará a língua também. A criança autista nunca faria isso. Perceber essa diferença, porém, depende muito dos olhos de quem está observando. Hoje, se fala muito sobre diagnóstico precoce de autismo. Ami Klin, psiquiatra e neurocientista brasileiro que estuda muito o problema e dirige o centro de pesquisa sobre autismo da Universidade de Yale, defende o diagnóstico em bebês. É obvio que é impossível fechar o diagnóstico de autismo numa criança de seis, oito meses. Não se fecha, mas levanta-se a suspeita, o que permite adotar uma conduta terapêutica até certo ponto corretiva.
Drauzio – Sua grande experiência clínica no acompanhamento desses pacientes mostra que os pais começam a perceber o problema quando o filho tem que idade?
Salomão Schwartzman – Com três anos. Essa é a fase em que já esperaram tempo suficiente para a criança falar, para comunicar-se de alguma forma. Entretanto, quando se levanta a história do paciente, em todos os casos, surgem indícios importantes de que já havia algum distúrbio no desenvolvimento dessa criança que não foi corretamente considerado.Se os pais dos bem afetados procuram auxílio quando o filho tem entre dois e quatro anos, autistas poucos afetados podem descobrir que têm a doença depois de adultos. Tenho casos de pais que souberam ser portadores da Síndrome de Asperger, que é o autismo de bom rendimento, quando o diagnóstico foi feito no filho.

Prevalência
Drauzio – Existe concentração de casos de autismo em certas famílias?
Salomão Schwartzman – Existe um fator genético indiscutível. Nos casais que já tiveram filhos autistas, a probabilidade de ter mais um é de cerca de 2%. Parece pouco, mas é de 50 a 100 vezes maior do que na população em geral.
Drauzio – Qual é a prevalência do autismo na população?
Salomão Schwartzman – Admite-se que a prevalência não só do autismo clássico, mas de todas as condições do espectro autista seja de um para mil. Na Califórnia (EUA), os últimos relatos falam de um caso para cada 150 crianças, o que não é possível. Talvez, o conceito deles seja tão amplo, que daqui a pouco todos nós seremos considerados um pouco autistas.
Drauzio – Qual é a vantagem do diagnóstico precoce de uma doença que pode ter uma evolução que vai desde o retardo mental e a impossibilidade de aprender até a genialidade se o conhecimento for dirigido?
Salomão Schwartzman – Se tenho uma criança que necessita de mais estímulo para tentar estabelecer uma relação com a mãe, com o pai, com os irmãos, o aconselhamento familiar precoce permite ensinar técnicas que tentem facilitar essa comunicação. Além disso, existem medicamentos que podem ser indicados em determinadas situações.Não há cura para o autismo, mas acontece que algumas pessoas têm melhora tão grande com o tratamento que podem levar vida independente. Tenho autistas adultos, casados, com filhos, que são excepcionalmente bem dotados em algumas áreas do conhecimento e tomaram consciência da própria doença aos 40 anos. Esses tiveram um percurso feliz, porque o distúrbio evoluiu de forma adequada e, em grande medida, tiveram famílias e escolas que souberam trabalhar suas dificuldades.


Reação dos pais
Drauzio– Como reagem os pais diante da criança que se relaciona mal com eles, que não os olha nos olhos, tem dificuldade para falar e vive encerrada num mundo impenetrável?
Salomão Schwartzman – Minha sensação é que das condições que cursam com os distúrbios de desenvolvimento, o autismo talvez seja a mais difícil de conviver. Como é possível ter uma relação de afeto com alguém que não corresponde a nenhuma tentativa de aproximação, que não se pode abraçar nem dar um beijo nem ensinar a falar tchau?Na família de um autista, não é só a criança que está doente. A família inteira fica seriamente comprometida. Por isso, quando observavam a dinâmica familiar alterada, os autores antigos chegavam à conclusão de que pais tão ruins assim, que não se comunicavam com os filhos, desencadeavam esse tipo de comprometimento na criança.
Drauzio – Eles consideravam a conseqüência, como causa.
Salomão Schwartzman – Faziam isso, quando, na verdade, é a criança doente que, desde o começo, não permite uma relação parental adequada. Entretanto, tudo vai depender muito de quem são os pais e de como reagem. Há os que, apesar da dificuldade de entrar em contato com a criança, tentam identificar o que ela tem de anormal, mas é freqüente encontrar famílias que não querem ver a dificuldade do filho. Muitas se negam a perceber que o filho adolescente, durante a vida toda, teve um comportamento fora do habitual e acabam inventando explicações para não admitir que ele é portador de uma condição grave como o autismo. Isso atrasa demais a possibilidade de ajudar a criança.

Tratamento
Drauzio - Os autistas devem freqüentar escolas comuns?
Salomão Schwartzman – Depende do grau de comprometimento. Atualmente, no Brasil, a política é tentar a inclusão dos indivíduos com deficiência em escolas regulares. Isso vale para algumas pessoas e para algumas escolas.Pessoalmente, não gosto de discutir a inclusão como algo filosófico ou determinado pelo MEC. Acho que se deve analisar caso a caso e levar em conta, antes de mais nada, o local onde estarão melhor os deficientes. Tenho dois autistas adolescentes cursando a USP. Não têm vida social intensa, mas estão vivendo de forma bastante adequada. Se você conversar com eles, perceberá algo de estranho em seu comportamento, mas talvez a maneira de agir desses estudantes não se distancie muito da de vários conhecidos esquisitos que temos.Indivíduos como eles podem e devem cursar escolas regulares. A questão é quando a criança não fala, não se comunica e apresenta movimentos estereotipados. Colocada dentro de uma classe regular, não só será excluída do grupo, como deixará de beneficiar-se com a aplicação de técnicas pedagógicas que dão certo com os autistas. Por exemplo, a técnica Teacch que é muito usada nos Estados Unidos e baseia-se na modificação do comportamento.Na verdade, ninguém pode dizer que o melhor tratamento para crianças autistas é este ou aquele. Cada pessoa exige uma abordagem individualizada de acordo com as características de suas dificuldades.
Drauzio – Existiria uma linha mestra a ser seguida no tratamento dos autistas?
Salomão Schwartzman – Não existe. Se a criança apresenta prejuízo da comunicação, o atendimento tem de ser precoce e é preciso utilizar todos os métodos disponíveis para estabelecer algum tipo de comunicação. Se não conseguir fazê-lo verbalmente, que seja por qualquer outro modo. Há quem ensine a linguagem de sinais para os autistas. Outros usam o computador. O importante é convencer a família de que o fundamental é estabelecer uma possibilidade de comunicação entre o autista e o mundo, não importa qual seja.Os prejuízos de linguagem dos autistas verbais, sua dificuldade de entender as metáforas e o duplo sentido, podem ser superados pela cognição. Um dos rapazes que estão estudando na USP e foram aprovados no vestibular, é ótimo aluno e provavelmente vai ser ótimo professor da disciplina que escolheu, outro dia me falou:- “Salomão, ter síndrome de Asperger é uma coisa complicada”, e pediu para mãe me contar o que lhe havia acontecido. Desde que ele era pequenininho, antes de sair para o trabalho, a mãe deixa um ovo cozido e descascado para o filho comer no café da manhã. Um dia, porém, ela não seguiu esse ritual completamente e, quando voltou para casa, encontrou o filho, que deveria estar na faculdade, sentado à mesa, olhando para o ovo. “Você perdeu hora?”, perguntou. “Não, mãe, você esqueceu de descascar o ovo”. Como nunca tinha visto alguém descascar um ovo, foi incapaz de fazê-lo.De fato, fica difícil de entender como um rapaz que passou no vestibular, é excelente aluno, inteligente, é incapaz de enfrentar a uma situação nova tão simples quanto descascar um ovo.
Drauzio – Não só não descascou o ovo, como ficou paralisado...
Salomão Schwartzman – Absolutamente paralisado. E ele conta outras experiências iguais. Um dia, a mãe pediu-lhe para pegar um objeto no porta-malas do carro. Como demorasse muito para voltar, foram atrás dele para ver o que estava acontecendo. Encontraram o rapaz no estacionamento do restaurante, com a chave do carro na mão, olhando para o porta-malas sem saber como abrir, pois nunca ninguém lhe tinha ensinado a enfiar a chave na fechadura. Isso prova a necessidade e importância de adotar atitudes pedagógicas. É preciso ensinar esses indivíduos a fazerem determinadas coisas que presumiríamos serem capazes de aprender sozinhos.
Drauzio – É visível o progresso dessas crianças quando tratadas adequadamente?Salomão Schwartzman – Em algumas, sim. O problema é que quanto maior a deficiência mental, menor a possibilidade de ganhos significativos. No entanto, como nas crianças pequenas os dados para diagnóstico não são claros, empenho-me no tratamento, embora as respostas possam ser muito diferentes. Há casos que evoluem tão bem, que se usa a expressão “saiu do quadro autístico”, que não é adequada. Autismo é um distúrbio incurável. Se houve reversão do quadro, a pessoa não era autista.Tenho muitos pacientes com autismo que sararam, mas nunca vou apresentá-los num congresso, porque foram classificados como autistas por erro de diagnóstico. Por isso, fechar o diagnóstico antes do cinco anos é complicado. O médico pode levantar a hipótese, mas o consenso é que o diagnóstico de certeza só seja feito por volta dos quatro anos e meio de idade.
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PÉROLAS DO BRENO - PARTE 1


Dias desses eu comprei um pote de mel e Breno pegou o pote e me perguntou: " mamãe onde estão as abelhas?". Tentei explicar, mas como não sabia o que dizer disse que elas estavam na árvore e ele foi conferir, procurando as abelhas na árvore.

Ontem fomos na minha faculdade e Breno sentou-se na mesa de um dos atendentes para mexer no computador. Eu chamei a atenção dele e ele me respondeu: " mãe eu to trabalhando",rsrsrsrs.

Depois à noite caiu um temporal e meu filho estava chateado porque a conexão da internet caiu devido a chuva. Então ele me fez o seguinte pedido: "o mamãe desliga a chuva"
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Exame pré-natal poderá acusar autismo - Revista Época


Exame pré-natal poderá acusar autismo
12 de janeiro de 2009
Uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada nesta segunda-feira pode abrir caminho para o diagnóstico pré-natal de autismo. Por outro lado, o estudo deve trazer consigo uma série de controvérsias, sobretudo a respeito da possibilidade de aborto nesses casos.
Cientistas liderados pelo professor Simon Baron-Cohen, uma autoridade mundial no assunto, acompanharam 235 crianças desde antes do nascimento até os oito anos de idade. Eles concluíram então que altos níveis de testosterona no líquido amniótico de mulheres grávidas estava associado a sintomas de autismo na infância.
Os resultados da pesquisa podem servir de base para o desenvolvimento de uma amniocentese (usada para detectar síndrome de Down) para identificar casos de autismo ainda na barriga da mãe. Mas a possibilidade de realizar esse tipo de teste traz outros questionamentos: "Se existisse um pré-natal para autismo, seria desejável?", pergunta o próprio Cohen.
O professor levanta a questão principalmente devido ao conceito que se tem de autismo. Caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e pela criação de um mundo autônomo, a condição é muitas vezes associada à genialidade e a um grande poder de concentração responsável por habilidades extraordinárias em matemática e música. No entanto, a outra faceta do distúrbio traz crianças incapazes de se comunicarem e forçadas a viver em instituições especializadas.
Um possível exame pré-natal para diagnosticar autismo não poderia, a princípio, identificar para qual desses extremos seria levada a criança. Por isso, Cohen avalia que é preciso começar a debater a questão. "O que nós perderíamos se crianças autistas fossem eliminadas da população? Existe um teste para a síndrome de Down que é permitido e os pais exercem o seu direito de optar pelo aborto. Mas autismo é frequentemente associado ao talento. É uma condição diferente", ressalta.
Exclusivo VEJA.com Medicina
12 de janeiro de 2009
Uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada nesta segunda-feira pode abrir caminho para o diagnóstico pré-natal de autismo. Por outro lado, o estudo deve trazer consigo uma série de controvérsias, sobretudo a respeito da possibilidade de aborto nesses casos.
Cientistas liderados pelo professor Simon Baron-Cohen, uma autoridade mundial no assunto, acompanharam 235 crianças desde antes do nascimento até os oito anos de idade. Eles concluíram então que altos níveis de testosterona no líquido amniótico de mulheres grávidas estava associado a sintomas de autismo na infância.
Os resultados da pesquisa podem servir de base para o desenvolvimento de uma amniocentese (usada para detectar síndrome de Down) para identificar casos de autismo ainda na barriga da mãe. Mas a possibilidade de realizar esse tipo de teste traz outros questionamentos: "Se existisse um pré-natal para autismo, seria desejável?", pergunta o próprio Cohen.
O professor levanta a questão principalmente devido ao conceito que se tem de autismo. Caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e pela criação de um mundo autônomo, a condição é muitas vezes associada à genialidade e a um grande poder de concentração responsável por habilidades extraordinárias em matemática e música. No entanto, a outra faceta do distúrbio traz crianças incapazes de se comunicarem e forçadas a viver em instituições especializadas.
Um possível exame pré-natal para diagnosticar autismo não poderia, a princípio, identificar para qual desses extremos seria levada a criança. Por isso, Cohen avalia que é preciso começar a debater a questão. "O que nós perderíamos se crianças autistas fossem eliminadas da população? Existe um teste para a síndrome de Down que é permitido e os pais exercem o seu direito de optar pelo aborto. Mas autismo é frequentemente associado ao talento. É uma condição diferente", ressalta.
Exclusivo VEJA.com Medicina
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Método Floortime


FLOORTIME

Desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, Floortime (ao pé da letra tempo no chão) é um método de tratamento que leva em conta a filosofia de interagir com uma criança autista. É baseado na premissa de que a criança pode melhorar e construir um grande círculo de interesses e de interação com um adulto que vá de encontro com a criança independente do seu estágio atual de desenvolvimento e que o ajuda a descobrir e levantar a sua força.
A meta no Floortime é desenvolver a criança dentro dos 6 marcos básicos para a plenitude do desenvolvimento emocional e intelectual do indivíduo. Greenspan descreveu os 6 degraus da escada do desenvolvimento emocional como: noção do próprio eu e interesse no mundo; intimidade ou um amor especial para a relação humana; a comunicação em duas vias (interação); a comunicação complexa; as idéias emocionais e o pensamento emocional. A criança autista tem dificuldades em se mover naturalmente através desses marcos, ou subir esses degraus, devido à reações sensoriais exacerbadas ou diminuidas e/ou a um controle pobre dos comandos físicos.
No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se interesse e segue aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como mover a criança para atividades de interação mais complexa, um processo conhecido como " abrindo e fechando círculos de comunicação". Floortime não separa ou foca nas diferentes habilidades da fala, habilidades motoras ou cognitivas, mas guia essas habilidades propriamente, enfatizando o desenvolvimento emocional. A intervenção é chamada Floortime porque os adultos vão para o chão, para poder interagir com a criança no seu nível e olho no olho.
PARA ENTENDER MELHOR - Link de fotos de uma escola para autistas nos EUA ( Escola chamada "Celebrando as Crianças") que utiliza o Floortime.
http://www.time.com/time/photoessays/2006/autismschool/
FOTO DA CAPA: O paraprofissional Dan Cherry entra no Floortime com Alex Jimenez na escola de Linden. A meta nesse método de ensino é fazer uma conecção emocional mesmo com a mais prejudicada das crianças.
1ª FOTO: Cresça e Brilhe! O professor dançando com o estudante durante o "ciclo da manhã" que ajuda a elucidar as mudanças emocionais, a atenção e a participação.
2ª FOTO: O Tráfego! 3 estudantes na linha de chegada de um jogo chamado: "luz vermelha, luz verde", o qual é usado para reforçar o equilíbrio e o planejamento das habilidades motoras dos estudantes.
3ª FOTO: Jogo de Concentração! Um estudante joga travesseirinhos de feijão dentro de um balde, pendurado numa espécie de balanço, como parte de um reforço para estimular o sistema sensorial das crianças e aumentar a capacidade de pensar e se relacionar com situações novas.
4ª FOTO: A Teoria do Fio! A professora "embrulha" o estudante com barbante durante o "ciclo da manhã" quando a criança interage jogando e cantando. Isso ajuda aos estudantes e ao staff a dividir emoções e resolver os problemas.
5ª FOTO: O Plano de Ação! Rotinas visuais como esta da foto são usadas para ajudar e dar suporte as habilidades do estudante em planejar e seguir as atividades a cada dia.
6ª FOTO: Hora de estorinhas! Estudantes e a professora numa hora de relaxamento depois do almoço.
7ª FOTO: Relaxando o estresse! Um estudante mais velho mostrado aqui lendo e relaxando as tensões apertando uma bolinha de borracha, assim ele é encorajado a utilizar objetos sensoriais discretos para dar suporte ao seu equilíbrio emocional e ajudá-lo a pensar e participar por longos periodos. O simples uso desse tipo de ferramenta, pode fazer uma grande diferença nas habilidades de serem bem sucedidos nas atividades escolares.
8ª FOTO: Cheque Mate! 2 estudantes mais velhos jogando xadrez nas suas horas de descanso, uma hora em que muitos escolhem participar de atividades intelectuais. Assim os bons amigos estão aprendendo a respeitar as diferenças e reconhecer as suas próprias necessidades sensoriais.
9ª FOTO: Laços que unem! 2 alunos se beijando e se abraçando enquanto se balançam numa gangorra na sala sensorial, onde os alunos são encorajados a trabalhar em pares e se unir em atividades de integração sensorial.
10ª FOTO: O Construtor! Um aluno posa junto a sua escultura feita de macarrão espagueti e marshmallows. Os estudantes constroem estruturas do tipo pirâmides e cubos enquanto aprendem sobre desenho e equilíbrio.
O modelo D.I.R. com abordagem Floortime é o modelo baseado no Desenvolvimento funcional, nas diferenças Individuais e na Relação e tem vindo a ser desenvolvido, com a obtenção de resultados encorajadores, pelo Interdisciplinary Council on Developmental and Learning Disorders (ICDL), dirigido por Stanley Greenspan e Serena Wieder, nos EUA.
É um modelo de intervenção intensiva e global, que associa a abordagem Floortime ao envolvimento e participação da família (devido à importância da sua relação emocional com a criança), e às diferentes especialidades terapêuticas que trabalham numa equipa interdisciplinar (terapia ocupacional, terapia da fala, psicologia, etc.) e a articulação e integração nas estruturas educacionais. (Silva, Eira, Pombo, Silva, Martins, Santos, Bravo & Roncon, 2003)
Este modelo tem como objectivo a formação dos alicerces para as competências sociais, emocionais e intelectuais das crianças, em vez de se focar nas competências e nos comportamentos isolados. O Floortime “tempo de chão” é uma técnica em que o terapeuta segue os interesses emocionais da criança (liderança) ao mesmo tempo que a desafia a ir em direcção ao maior domínio das capacidades sociais, emocionais e intelectuais. ou seja, usa o que a criança inicia para expandir. Assim, ajudamos a criança a criar relações e a interagir e envolver-se connosco ao mesmo tempo que tornamos os comportamentos sem estereotipados da criança em algo com um objectivo (por exemplo, se a criança começar a bater com as mãos numa mesa nós tentamos associar esse gesto a uma música que inclua o “bater na mesa”; e sempre que ela fizer isso nós repetimos a música, até esse gesto ser feito com a intencionalidade de ouvir/cantar a música).
Com crianças mais pequenas estas interacções durante o brincar podem ser feitas no chão “floor” mas que depois podem evoluir para outros locais. (Greenspan & Wieder)
Após a avaliação do nível de Desenvolvimento funcional da criança, as diferenças Individuais e as Relações com o prestador de cuidados e com os pares, a equipa vai, em conjunto com os pais, desenvolver um perfil de funcionalidade para aquela criança que serve como base para um programa de intervenção único e especifico para a criança. (Greenspan & Wieder)
O programa de intervenção baseado no modelo DIR com abordagem Floortime inclui os seguintes componentes especificados individualmente:
Programa dirigido a casa
Sessões de Floortime: Onde se encoraja a tomada de iniciativa, o comportamento adequado e o desenvolvimento de capacidades simbólicas através do jogo simbólico/dramático ou através de conversas, sempre seguindo a liderança da criança. Tal como o terapeuta faz nas suas sessões.
Resolução de problemas semi-estruturado: Através de desafios dinâmicos e com significado para serem resolvidos de modo a ensinar algo novo à criança.
Actividades motoras, sensoriais, visuo-espaciais, auditivas e de integração sensorial: Estas actividades são adequadas às diferenças individuais da criança, construindo capacidades básicas de processamento e dando suporte para ajudar a criança a envolver-se, ter atenção e auto-regular-se na interacção com os outros.
Jogo de pares com outra criança: o jogo de pares deve ser começado quando uma criança está totalmente envolvida e em interacção, com os pais a intervirem mediando a brincadeira quando necessário de modo a encorajar o envolvimento e interacção entre as crianças; por exemplo se cada uma das crianças estiver a brincar com o seu brinquedo sem interagir uma com a outra (jogo paralelo), os pais tentam criar uma ponte entre os dois brinquedos para as crianças podem brincar juntas (jogo interactivo).
Exemplo de um pai numa sessão de Floortime em casa
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Saúde em 4 patas - Revista Época


SAÚDE
Remédio em quatro patas
Surge no Brasil uma nova receita que mistura veterinária, medicina e psiquiatria: o uso de cachorros no tratamento de doenças mentais
Mariana Sanches
ESPECIAIS
· Entrevista com Joan Esnayra, presidente da Associação de Cães de Serviço Psiquiátrico

MELHOR AMIGO Comuns nos EUA, os cães terapeutas ajudam crianças com doenças mentais, como José Augusto (acima, com a labradora Cacau)
O pequeno José Augusto, de 10 anos, é portador de uma deficiência mental leve. Retraído, tinha dificuldade de demonstrar emoções, resistia ao contato com outras pessoas - incluindo parentes próximos - e apresentava um pavor de dentista que o impedia de seguir tratamentos. A solução veio com quatro patas peludas e se chama Cacau. José Augusto está entre as 3 mil crianças com deficiência mental tratadas pelo projeto Cão - Cidadão - Unesp, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araçatuba. Realizado por dentistas, veterinários e psicólogos, o programa procura juntar a garotada a três labradores adestrados para ajudá-las a superar os sintomas da doença - e até o medo de dentista. "Escovamos os dentes dos cães na frente das crianças", diz a cirurgiã-dentista Sandra Ávila, coordenadora do projeto. "Elas perdem o medo e se deixam examinar."
O episódio de José Augusto é bom exemplo dos benefícios de cachorros no tratamento de problemas mentais e psicológicos. Veterinários e médicos estão descobrindo que os cães podem apresentar vantagens terapêuticas que vão além do auxílio a cegos. Na Alemanha e nos Estados Unidos, há várias iniciativas do tipo. Nos EUA, estatísticas da Associação dos Amigos de Cães para Assistência contam 9 mil cachorros adestrados servindo a pessoas com distúrbios como depressão, síndrome do pânico ou esquizofrenia. Em 2001, eram apenas 2 mil animais. No Brasil os projetos ainda são tímidos, mas as poucas iniciativas pioneiras têm resultados surpreendentes.
"A melhora no comportamento agressivo dos pacientes é sensível", diz a veterinária Valéria Oliva, responsável pelos animais da Cão - Cidadão - Unesp. A iniciativa vai ser ampliada para crianças autistas ou com quadros severos de doenças mentais. E já é reconhecida por psiquiatras. "Os resultados em jovens com déficit de atenção e autismo são muito positivos", afirma o psiquiatra Joel Rennó, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os cães podem ajudar também em quadros de depressão, pois dão ao doente uma sensação de bem-estar. "Apesar de não haver estudos científicos, acredita-se que a presença dos animais diminua a quantidade de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) no organismo", diz Rennó. "O método pode valer inclusive para quem tem mal de Alzheimer (doença degenerativa que causa perda de memória recente)."
Essa afirmação está sendo testada no Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília. Recentemente, dois aliados se uniram à junta médica local: um cão da raça boiadeiro bernês e um da golden retriever. Ambos têm contribuído para a evolução de pacientes com Alzheimer. "Os animais aguçam os sentidos, ativam a memória e aumentam o índice de atenção", afirma a pesquisadora Maria Darci Colares, da Universidade de Brasília (UnB). Em testes, idosos com Alzheimer conseguiram gravar nomes e características físicas dos cães. "Um paciente lembrou-se de um dos cachorros seis meses depois do último contato", diz Damaris Rizzo, veterinária responsável pela iniciativa - inédita no Brasil. Ela afirma que a terapia com cães é pouco difundida no país em parte por causa do preconceito. "Existe preconceito até por parte dos médicos", afirma.
Os americanos e europeus já estão mais habituados aos cães terapeutas. Os animais acompanham os donos a qualquer lugar, incluindo transporte público, restaurantes e hospitais. "Os cachorros são treinados para fazer companhia a pessoas depressivas ou para conduzir alguém com crise de esquizofrenia de volta para casa", afirma Joan Esnayra, presidente da Associação de Cães de Serviço Psiquiátrico. A própria Joan é portadora de transtorno bipolar, condição em que o paciente alterna períodos de excitação e depressão. Ela diz que os animais são fundamentais para a recuperação. Avanços à parte, os médicos fazem um alerta: o cão não pode ser a única forma de tratamento. "Um cachorro não substitui a medicação", diz Rennó, do Hospital das Clínicas. Dependendo da personalidade do paciente, outros tratamentos auxiliares - como musicoterapia ou ioga - podem ser mais indicados.
OS CÃES TERAPEUTAS
No que podem ajudar
VIDA SOCIALSão brincalhões, descontraem o ambiente e facilitam o relacionamento entre o paciente e a família, ou entre o paciente e o médico
AUTO-ESTIMANão têm preconceito, não julgam diferenças e gostam de qualquer carinho. Por isso o paciente se sente mais confiante. O cachorro o aceita como ele é
AFETIVIDADEComo estão sempre dispostos a brincar e a receber um afago, ajudam a driblar a timidez e a expressar sentimentos
Como precisam ser
DÓCEISOs veterinários testam a índole do cachorro, puxando as orelhas e o rabo. Se o animal reage de forma agressiva, não pode participar do tratamento
INTELIGENTESO cão passa por uma bateria de testes de inteligência. A idéia é verificar a capacidade de aprender e obedecer
BEM TREINADOSO adestramento ensina a atender a comandos como sentar ou deitar. Os cães são instruídos a controlar a força para não machucar os pacientes
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Verônica Bird - Revista Época


Janela para a vidaA epopéia de uma brasileira radicada nos EUA que ajuda o filho a enfrentar o autismo

Em viagem de férias ao Brasil, o americano Ramsey Mahaffey, de 7 anos, explora a paisagem. Esbalda-se na praia, faz festa para o futebol pentacampeão e fica intrigado com o Cristo Redentor, que parece arranhar o céu do Rio de Janeiro. Diagnosticado como autista no segundo ano de vida, Ramsey não estaria tão bem sem a teimosia da mãe, Veronica Bird, uma brasileira radicada nos Estados Unidos desde a adolescência.
A vida dessa carioca, ex-mulher do milionário americano Bob Bird, dono de uma rede de hospitais na Califórnia, virou de pernas para o ar com a doença do filho caçula, fruto de uma terceira união, desta vez com um físico nuclear. Atriz coadjuvante, Veronica interrompeu a carreira após uma breve passagem por Hollywood – ela dança com Bugsy, o gângster interpretado por Warren Beatty, no filme de mesmo nome. A vida real lhe sairia menos glamourosa. Aos 2 anos, Ramsey deixou de falar, passou a evitar o contato 'olho no olho' e parecia surdo. Acreditava-se que ele tinha um fluido anormal no ouvido. A criança foi tratada com prednisona, antiinflamatório que pode causar efeitos colaterais como cegueira e fragilidade óssea.
Dois dias depois das primeiras doses, Ramsey voltou a pedir refrigerante e batatas fritas. Mas, quando a medicação foi interrompida, ele emudeceu novamente. Os médicos fizeram o diagnóstico: autismo regressivo, uma face da doença que rouba da criança habilidades já conquistadas. Ramsey tomou o remédio por cinco meses e foi submetido a intensa atividade pedagógica, com acompanhamento diário de uma educadora. Hoje é uma criança quase normal. Ninguém sabe ao certo se foi beneficiado pelo remédio, pelo investimento educacional ou pela combinação das duas coisas. O uso da prednisona por autistas nunca foi aprovado. 'Precisamos de mais estudos clínicos para prescrever a droga', disse a Época o neurologista Andrew Zimmerman, especialista do Kennedy Krieger Institute, em Baltimore, nos EUA.
A mãe de Ramsey criou uma entidade, a Veronica Bird Charitable Foundation (http://www.aheadwithautism.com/), e se dispõe a financiar experiências. Ela é descendente de uma tradicional família mineira. O avô materno, Augusto Viana do Castello, foi ministro da Justiça no governo Washington Luís (1926-1930). Em busca de fundos, leiloou no ano passado um diamante de 10 quilates em favor da entidade. Quer reunir médicos e voluntários, inclusive no Brasil, interessados em participar de uma pesquisa nos moldes exigidos pelas autoridades sanitárias americanas. Um vídeo produzido por ela própria, com orientações para pais e pediatras, recebeu prêmios e está disponível nas bibliotecas públicas americanas. Nele relata o tratamento do filho, que hoje freqüenta a escola e tem desempenho admirável. Um estranho é incapaz de perceber nele nuances de autismo, como a idéia fixa de falar sobre fazendas e animais. Veronica segue buscando aliados e doações.
Cristiane Segatto
18/12/2006 - 09:36 Edição nº 444
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domingo, 17 de janeiro de 2010

DIÁRIO DE UMA MÃE DE AUTISTA - Breno e o diagnóstico


Breno recebeu o diagnóstico de autista com comprometimento moderado e Hiperléxico. E ele fala, tem ecolalia, mas já consegue fazer perguntas, expressa sentimentos e dor, faz brincadeiras...enfim tem tido progressos na linguagem, mas ainda tem dificuldade de compreensão da linguagem.
Ele estuda em uma escola que faz inclusão em sala regular.
Eu brinco muito com ele e leio livros fazendo várias vozes. Isso prende a atenção dele e ainda faz com que ele aprenda muita coisa através da leitura. Além disso faço perguntas sobre o livro, ele comenta sobre algum assunto do livro, e interege bem nessa brincadeira.
Ele adora cinema, festa, shopping, pizzaria, enfim, ele adora uma bagunça.
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DIÁRIO DE UMA MÃE DE AUTISTA - Breno e o Autismo


Breno foi um bebê muito sorridente. Não estranhava ninguém, ia no colo de qualquer um. Fazia gracinha, imitando carrinho com a língua, era muito agitado também.
Tive uma gravidez complicada. Ao 7° mês quase tive meu filho prematuramente por conta de uma infecção urinária.
Quando ele nasceu ele perdeu muito peso e teve uma icterícia muito grave. Ele quase morreu. Teve refluxo até os 8 meses de idade e tinha "terror noturno" que mais tarde fui descobri que eram sintomas relacionados ao autismo.
Andou com uma semana para completar 1 ano, aos 1,5 ele começou a reconhecer alfabeto e números, com 2 anos já reconhecia algumas palavras e por aí foi.
Mas só aos 4,5 é que recebeu o diagnóstico de autismo. Mas em breve eu vou postar o restante desta história.
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