sábado, 6 de fevereiro de 2010

Psicólogo brasileiro é nomeado professor titular na faculdade de medicina de Yale

Um psicólogo brasileiro foi recentemente apontado como Professor Titular do departamento de Psiquiatria e Psicologia da Criança da Universidade de Yale em New Haven, Connecticut. Ami Klin vem se destacando nos estudos e pesquisas sobre o autismo e é reconhecido mundialmente pelo conhecimento em outras sérias desordens do desenvolvimento.
O professor foi oficialmente nomeado no dia 1º de julho e a carreira dele em Yale já tem 20 anos. Como diretor do Programa de Autismo do Centro de Estudo da Criança em Yale, Ami Klin presta serviços clínicos às crianças com autismo e às famílias delas.
Segundo ele, o autismo tem muitas causas, sendo a mais importante delas a genética. Ainda segundo ele, o autismo não pode ser detectado até aproximadamente o primeiro ou o segundo ano de vida da criança. De acordo com o professor, houve muitos avanços em relação aos estudos do autismo, de 5 a 10 anos para cá. “Mas nada ainda que se traduz a uma maneira de se detectar o autismo antes da criança nascer”, disse ele.
Apesar do autismo ser uma síndrome genética que envolve o desenvolvimento do cérebro social, a detecção é puramente comportamental, segundo o professor. Geralmente um grupo de clínicos de diferentes disciplinas analisa a criança, a fim de ter uma idéia da história, do desenvolvimento e do perfil da criança.
“Tanto do ponto de vista de habilidades como inteligência, linguagem, como do ponto de vista de sintomas que tem a ver com o autismo, que são dificuldades na relação social e na comunicação”. Tudo o que tem a ver com o desenvolvimento social de um bebê, como a fala e sons (geralmente dos 14 aos 18 meses), linguagem e comunicação visual devem ser observados pelos pais. Se por exemplo a criança não reagir ao chamado deles, o professor recomenda procurar um clínico. Quanto mais cedo a criança for diagnosticada, melhor será o prognóstico dela.
O autismo é definido como uma desordem global do desenvolvimento que afeta a capacidade de comunicação e de se relacionar. Um mito bastante comum é o de que o autista vive em um “mundo próprio”. Por exemplo, uma criança autista que fica observando as outras brincarem apresenta dificuldade de iniciar, manter e terminar uma conversa, e desinteresse nas brincadeiras.
Formado em psicologia com ênfase em neurociência cognitiva pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, Ami Klin fez doutorado em psicologia cognitiva em Londres, Inglaterra. Após um período de pós-doutorado na Universidade de Yale, foi designado para ser membro da faculdade da escola de medicina. Os pais do professor são europeus que passaram pelo Holocausto e se estabeleceram no Brasil.
O psicólogo ressaltou que os portadores de autismo apresentam variações como não falar ou falar demais, se isolar ou procurar outras pessoas mas não saber como se relacionar. “60% dos autistas tem retardo mental mas 40% não tem”. Estas variações, segundo ele, dão uma idéia de como a criança será no futuro.
Conscientização
Nos Estados Unidos as crianças com distúrbios como o autismo tem direito a tratamento feito através dos distritos escolares. A instituição do governo Birth to Three avalia e trata as crianças com menos de 3 anos de idade, bem como orienta os pais. Após os 3 anos o tratamento é feito através das escolas. Segundo o psicólogo, as escolas de Connecticut são obrigadas a suprir este tratamento. “Parte do programa de tratamento é os pais conhecerem mais este distúrbio de desenvolvimento e ver o que eles podem fazer em casa para ajudar também”.
Uma das preocupações da equipe onde o professor Klin atua está em saber como atingir as comunidades que não procuram a eles. “Principalmente pais de crianças que tem este problema mas que não tem uma conscientização maior dos recursos que existem na comunidade, e nós somos um deles”.
O fato de ser brasileiro não é relevante na área dele, levando em conta que o programa de autismo de Yale é um dos melhores e mais respeitados do mundo. “As pessoas se preocupam mais com a qualidade do trabalho e da ciência do que com a origem da pessoa. Neste ponto de vista, Yale é uma comunidade muito cosmopolita e as pessoas não são julgadas pela sua origem mas pelas suas contribuições. Assim que me sinto respeitado”.
Em visita a várias cidades do Brasil, feitas especialmente para elevar a conscientização sobre o autismo, Klin encontrou bastante dificuldade. “Não existe o mesmo tipo de publicidade e divulgação, como por exemplo nos EUA, e isto é um problema”. Segundo o psicólogo, os pais no Brasil não tem muito poder cultural. “Espero que algum dia isto mude no Brasil, para que este número vasto de crianças que existe lá com problema de autismo tenha uma possibilidade maior na vida”.
O trabalho de Ami Klin pode ser conhecido através do website http://www.autism.fm./ Contatos com o Birth to Three em Danbury podem ser feitos na Hayestown Avenue School, 42 Tamarack Avenue, telefone (203) 797-4832. O site oficial do Birth to Three é http://www.birth23.org./
Fonte: Por: Angela Schreiber no site ComunidadeNews

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Breno - o cientista


Breno adora o desenho Cid - o cientista, da discovery kids. Ele pega um pote de creme e fica nos entrevistando. Quando perguntamos qual será a profissão dele, responde: Breno cientista. Adora ver radiografias e desenhos do corpo humano. Ele fica falando: "olha o esqueleto do Breno, o crânio do Breno, a caixa torácica..."

Ele coloca o raio x próximo a lâmpada fluorescente, como nos consultórios médicos e fica brincando.

Ele também gosta muito de imitar o Pedro Bial. E ele faz direitinho,rsrsrs.

Hoje pela manhã eu estava conversando com minha mãe sobre o fato do Breno gostar tanto de anatomia. Falei que quando crescer é capaz de ser um médico. Fiquei pasma quando minha mãe disse:

- você está caduca? Quando que um autista tem capacidade de se tornar um médico?

- que isso mãe? Claro que pode sim.

- Nunca vi


Isso muito me entristeceu. É muito chato ter que "provar" até para a família que seu filho poderá ir longe. O limite quem coloca somos nós mesmos.

Breno pode até não ser um médico, nem cientista, nem professor, mas darei apoio no que se interessar e se eu ver que ele tem uma aptidão para uma area, vou investir sim.

É muito ruim quando não se tem apoio de sua mãe ou de outra pessoa importante em sua vida.

Prefiro acreditar sempre no sucesso. E se fracassar por um breve momento ainda terei fôlego para prosseguir até alcançar o que quero.

Acredito no meu filho! E no que depender de mim seu futuro será brilhante.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Alexandre - uma linda história de superação

Esta foto é apenas ilustrativa. Não pertence a matéria publicada
Cheio de planos
Alexandre Barbosa da Silva não aceitou o rótulo que a vida lhe deu: autista. Queria mais e, com a ajuda dos livros, conseguiu.


Nesta quarta-feira, o testemunho de Alexandre Barbosa da Silva. Ainda bebê ele foi considerado autista. Hoje, cursa o sétimo semestre de Medicina Veterinária.
Um menino que não conheceu os pais, morou até os 19 anos em um orfanato e ainda foi considerado autista, portador de uma síndrome que torna o convívio social bastante difícil. Qual o futuro? No caso de Alexandre Barbosa da Silva, 31 anos, um futuro promissor. Em algum momento ele decidiu que teria um diploma e uma profissão. Estudou e está perto de concluir o curso de graduação.
“A vida é simples. É tomar decisões e não se arrepender. Entrei no Zoológico de Brasília com mais ou menos 15 anos e fui contratado com 18, na educação ambiental, onde estou até hoje. Eu faço Medicina Veterinária, estou no sétimo semestre, o que também vai me ajudar no Jardim Zoológico. Eu pretendo ser médico veterinário. Quero trabalhar com animais silvestres e domésticos”, conta Alexandre.
“Chegar a freqüentar uma universidade foi uma grande conquista pra mim. Não fui uma criança com padrões normais de crescimento, de convivência. Eu fui morador de um orfanato. Pelo que eu pude entender, fui abandonado pelos meus pais e acolhido pelo Nosso Lar, onde fiquei até completar 19 anos”.
Ao visitar o orfanato, junto com a equipe do Bom Dia DF, Alexandre apresenta as suas três mães. Antes, é recebido com muitos beijos e abraços. “Tia Valquíria, tia Patricia e tia Nilce. São as minhas mães. As mães que me criaram no Nosso Lar”.
“Ele começou a trabalhar no Jardim Zoológico com 16 anos. Com essa idade já amava os bichos. Era um problema, porque ele chegava a esconder os bichos aqui na casa. Mas ele começou a trabalhar e a se envolver realmente”, lembra a “tia” Valquíria, assistente social.
“Ninguém acreditava que ele pudesse pelo menos concluir o segundo grau. E agora nós temos essa surpresa: ele vai se formar em Medicina Veterinária. No próximo ano deve sair concurso publico, inclusive para médico veterinário do zoológico. Com certeza ele fará o concurso e, se Deus permitir, será aprovado. Está tudo conspirando para que ele se torne funcionário de carreira, um veterinário de carreira do Jardim Zoológico”, conta o diretor do Zoológico de Brasília, Raul Gonzáles.
“O Alexandre chegou ao Nosso Lar ainda bebê e como ele vivia se balançando, o médico deu o diagnóstico de autismo”, recorda “tia” Valquíria.
“Ele tinha algumas característica de autismo. O próprio balançar do corpo, que depois nós vimos que era carência, e também um problema de vista muito grande. Ele ainda tem um grau muito alto. Na época, por se tratar de um bebê, não houve um diagnóstico rápido”, completa “tia” Patrícia, também assistente social.
“Eu comecei a trabalhar no orfanato em 1997. Quando cheguei, me avisaram que o Alexandre era autista. Nós começamos a observá-lo e descobrimos que, apesar das características, no geral ele não demonstrava ser uma criança com autismo. Nós começamos a trabalhar com ele a estimulá-lo, a estar perto dele. Com o tempo ele foi desenvolvendo e, em 1992, época da Eco 92, ele fez uma redação maravilhosa. Naquele ano o Alexandre foi alfabetizado. De 87, como autista, para 92, alfabetizado e já preocupado com a preservação do planeta, nós vimos que aquele menino tinha futuro”, revela Patrícia.
“Uma das minhas maiores preocupações era como pagar a faculdade. O Nosso Lar batalhou uma bolsa junto comigo. Hoje eu tenho uma bolsa de 70% e o Nosso Lar me ajuda a pagar os outros 30%. Se você faz sua parte e mostra que você merece, as pessoas acabem vendo isso e ajudando, como eu estou sendo ajudado. Sozinho ninguém consegue nada”, ressalta o futuro veterinário.
“Atualmente eu moro na Quadra 2 da Candangolândia, no segundo andar do Edifício Jasmilino. Pra mim, ter um lar é uma parte muito importante. Mesmo que seja pequeno, mas é um lar onde eu posso colocar as minhas coisas, crescer do meu modo. E foi a educação que me proporcionou isso”.
“Ao ver as crianças que moram no Nosso Lar, penso que sai das mesmas condições que eles estão agora. Na verdade, sou a prova de que ao saírem do orfanato eles também terão condições de correr atrás do que eles querem. Basta traçar um objetivo e correr atrás. O primeiro passo é querer, ter esperanças”, ensina Alexandre.


Produção e reportagem: Fernanda GalvãoEdição de texto: Liliane CardosoImagens: José Carlos Gonçalves e Edson CordeiroEdição de imagens: Isaac Gramacolhttp://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL444332-10041,00.htm

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

DEZ COISAS QUE TODO ALUNO COM AUTISMO GOSTARIA QUE A PROFESSORA SOUBESSE


Comportamento é comunicação .Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem faze-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.
Nunca presuma nada. Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pego um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.
Procure primeiro por problemas sensoriais. Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.
Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa. “Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é:“ por favor lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
Tenha uma expectativa razoável. Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
Ajude-me a fazer a transição entre atividades. Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extra no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
Não torne pior uma situação ruim. Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos mas não as palavras.Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.Fazer acusações sem provas.Adotar uma medida diferente da dos outros.Comparar com um irmão ou outro alunoLembrar episódios prévios ou não relacionadosColocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.
Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais. Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora?” ou “ você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o porque:▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque éperigoso. Você pode se machucar.▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio(teria um efeito negativo sobre outra criança).▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser aescolha do adulto.A última palavra: acredite. Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.

Traduzido de Ellen Notbohm por Heloiza Goodrich, TO

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

BRITÂNICOS CRIAM DESENHO ANIMADO PARA TRATAR AUTISTAS


BRITÂNICOS CRIAM DESENHO ANIMADO PARA TRATAR AUTISTAS
Animação ensina autistas a reconhecer emoções humanas. Com desenho, elas passam a se relacionar melhor com pessoas


Especialistas britânicos em autismo lançaram nesta terça-feira (09) uma forma inovadora de ajudar crianças com esta patologia a reconhecer emoções, usando vídeos de animação.
Um DVD intitulado "The Transporters" (Os Transportadores, em tradução literal), sobre as aventuras de carrinhos de brinquedo dotados de faces humanas que se movem digitalmente, cada qual com 15 episódios, cada um concentrado em uma emoção em particular, como felicidade, medo ou surpresa.
"As crianças autistas se sentem atraídas e fascinadas pelos veículos por causa de seu movimento previsível e repetitivo", explicou o professor Simon Baron-Cohen, do Centro de Pesquisas sobre o Autismo da Universidade de Cambridge, responsável pela co-produção do DVD. "Nós decidimos combinar carros de brinquedo e faces humanas para criar uma forma divertida de ajudá-las a aprender sobre emoções e expressões faciais", disse à AFP.
As crianças autistas têm aversão à imprevisibilidade do comportamento humano, tipicamente se afastando do contato com outros, e têm uma capacidade limitada de compreender as emoções das outras pessoas.
Um estudo com 20 crianças autistas demonstrou que, depois de um mês assistindo à série, sua habilidade de reconhecer emoções aumentou de maneira significativa, o suficiente para acompanhar o desenvolvimento normal de crianças de sua idade.
O professor Baron-Cohen espera que as famílias que receberam um dos 30.000 DVDs se apresentem como voluntárias para ajudá-los a fazer pesquisas mais aprofundadas sobre os efeitos do projeto.
Agora, o próximo passo é fazer estudos com crianças autistas com cerca de dois anos de idade para ver se as descobertas podem ajudá-las. Ele também espera investigar as mudanças ocorridas nos cérebros das crianças que assistirem à série.
O DVD inclui material para acompanhar a animação, tal como jogos interativos, para ajudar as famílias e seus filhos a extraírem os maiores benefícios de seu conteúdo.
"The Transporters" foi produzido pelo Departamento de Cultura, Mídia e Esportes britânico, em conjunto com o Centro de Pesquisas sobre o Autismo e a produtora de animação Catalyst Pictures.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PÉROLAS DO BRENO - PARTE 6


Essa pérola é antiga, mas é bem engraçada.

Teve uma cantata de natal na escola e antes da apresentação a diretora discursava ao microfone. Breno adora um, então ficou o tempo todo ao lado dela pedindo pra falar.

A diretora falou para ele:


- Breno deseje um feliz natal para todos.

_ Feliz Natal...é no Prezunic.


Foi gargalhada geral e ele ficou feliz da vida!


Pra completar ele me pediu de presente de natal a faixada do Prezunic.
Quer ver as pérolas antigas? Clique no link marcadores - pérolas do Breno
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Jovem autista fabrica réplicas do "Caveirão" no Rio




Jovem autista fabrica réplicas do "Caveirão" no Rio




Adorado pela polícia, para quem é sinônimo de proteção, e odiado pelos bandidos, que o têm como um alvo a ser destruído, o "Caveirão" virou motivo de inspiração e conseqüente fonte de renda de um jovem autista. Morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, W.L., 26 anos, faz réplicas do veículo blindado da PM há cerca de um ano. Nesse período, já vendeu mais de 50 exemplares só para homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope).


Feitas com papel de jornal, verniz, cola, tinta, garrafas pet e madeira, as miniaturas do "Caveirão" chamam a atenção pela perfeição. As réplicas do blindado têm detalhes como retrovisores e protetores de vidros e pneus. Para conseguir um resultado tão fiel aos originais, o rapaz usa uma lâmpada de 100 watts bem próxima ao seu rosto. Isso porque, além da dificuldade de socialização - trazida pelo autismo -, ele tem a visão mais debilitada a cada ano, escuta pouco e não fala.


A criação do jovem artista agradou tanto que, somente no Bope, há uma encomenda de 160 miniblindados. W. também recebeu outros 80 pedidos feitos por policiais de outros batalhões. Cada réplica custa R$ 25. O preço foi fixado pelo próprio rapaz, que administra seus lucros e dificilmente dá descontos aos clientes.



Um dos fãs de W. é o comandante do Bope, tenente-coronel Pinheiro Neto, que decidiu comprar os "Caveirinhas' para dar de brinde às autoridades que visitam o batalhão. "Fiquei impressionado com o trabalho dele. O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, já ganharam os seus", contou o policial.



De acordo com o oficial, as miniaturas já chegaram até nos Estados Unidos, por meio da delegação da Escola Superior de Guerra americana, que recebeu o agrado no início do ano.
A idéia de fazer os "Caveirinhas" surgiu a partir das várias fotografias dos veículos que eram publicadas nos jornais. "O blindado passou a ser inspiração há um ano, quando W. começou a ver muitas fotos do carro no jornal", contou um amigo do jovem. Para completar, ano passado, o rapaz visitou o Bope, em Laranjeiras. Em sua ida ao quartel, W. aproveitou para tocar e observar atentamente todas as características do blindado.



Esculturas de tanques, pássaros e lequesO interesse de W. por esculturas de papel começou quando ainda era criança. "Ele assistia a programas educativos na TV e copiava. Depois foi desenvolvendo sozinho", afirmou pessoa próxima à família do jovem.
O rapaz não faz somente réplicas do Caveirão. Entre os vários trabalhos que produz estão tanques de guerra, pássaros, leques e caravelas. Segundo um amigo da família, algumas peças chegam a custar R$ 90.



Tanto talento acabou chamando a atenção de uma loja de Nova Iguaçu, interessada em vender os trabalhos do jovem. "Não aceitamos porque ele não tem condições de produzir em série. Ele trabalha quando quer, não faz nada por obrigação. Não posso e nem quero obrigá-lo a trabalhar", explicou o pai. W. só trabalha durante a madrugada, sobre uma mesa que fica em um cômodo que seria a ampliação da cozinha, mas cuja construção não foi concluída. Na casa, localizada no bairro Botafogo, ele mora com o pai, uma irmã e um sobrinho.


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domingo, 31 de janeiro de 2010

Vaga para deficientes nas escolas regulares


Vaga para deficientes nas escolas regulares
Conseguir vaga para o aluno especial não é tudo. O desafio é fazer a criança permanecer no colégio
Lélia Chacon e colaboraram Fernanda Portela, Malu Echeverria, Mônica Brandão


Débora concluiu o curso de magistério em Natal, Rio Grande do Norte, e se tornou professora. O que a destaca na busca desse sonho é ser portadora da síndrome de Down. Sua mãe, Margarida Araújo Seabra de Moura, atribui a trajetória de sucesso da filha à sua convivência na escola. “Ela sempre estudou em colégios comuns, que a aceitaram e fizeram de tudo para se moldarem às suas necessidades em vez de a forçarem a se adaptar ao seu padrão de ensino.” Para Margarida, essa é a verdadeira inclusão das pessoas com deficiência à sociedade e “ela se constrói aos poucos, com a troca de informações entre pais e professores que convivem com a deficiência”, explica. Direito garantido Para que experiências como a de Margarida e sua filha tenham bons resultados, os pais têm de saber antes que a escola é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). “Significa que a matrícula de uma criança não pode ser recusada por causa da sua deficiência”, afirma a procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero, lembrando que essa é uma determinação da Resolução no 2, de 2001, do Conselho Nacional de Ensino. Na prática, segundo ela, o problema é que essa resolução assegura a entrada da criança com deficiência na escola, mas não a sua permanência, pois a escola pode decidir pelo seu encaminhamento para uma instituição de ensino especial ou para uma regular com sala especial. “Esse poder impede que a família e a criança escolham o que é melhor para elas, o que fere vários tratados internacionais contra a discriminação das pessoas com deficiência”, esclarece Eugênia.
“É preciso discutir com a escola como ela pode mudar para atender a criança com deficiência, seja na arquitetura, seja em seu projeto pedagógico”, comenta o promotor de Justiça, Júlio Cesar Botelho, do Grupo de Atuação Especial de Proteção às Pessoas Portadoras de Deficiência, do Ministério Público Estadual de São Paulo. Segundo ele, a procura dos pais tem sido grande para garantir a permanência do filho na escola. “A resistência é maior para a criança com deficiência mental. Mas todos os casos têm sido resolvidos com negociações, sem que o Ministério Público precise recorrer a processos”, diz Botelho.
As negociações, no caso da família de Flávio Nobre, que tem síndrome de Down, demoraram mais de um ano. O objetivo era evitar que o menino fosse transferido para uma sala especial. “A escola culpou o meu filho de não poder atendê-lo em vez de assumir que o problema era ela”, conta a mãe, Maria Madalena. Enquanto a situação não se resolvia, Flávio não ficou parado. Fazia natação e equoterapia e estudava com professora particular em casa. Por fim, foi encaminhado a uma sala comum. “O que foi negociado é que ele fizesse atividades de que gostasse, como educação física e artes. E, aos poucos, os professores e eu estamos avaliando a possibilidade de inseri-lo em mais atividades”, diz Maria Madalena. “Temos que provocar a escola a mudar e não esperar que se adapte para só assim acolher a criança especial”, defende. A escola para todos Para a coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade (Leped), da Faculdade de Educação da Unicamp, Maria Teresa Eglér Mantoan, a inclusão do deficiente ocorre quando a escola se reorganiza pedagogicamente. Significa, por exemplo, trabalhar com ciclos de formação, em que as crianças são agrupadas pela faixa etária e não pelo nível de conhecimento. “Nesse sistema, o aprendizado é coletivo e a avaliação valoriza as habilidades de cada um. Na matemática, por exemplo, um colega consegue fazer contas, mas o outro, com deficiência, só consegue entender que não pode pagar a feira porque os produtos custam mais do que ele tem. Ambos aproveitam o conhecimento à sua maneira.”
As instituições especializadas dão apoio ao processo, segundo a educadora, fornecendo à escola seus profissionais, como intérpretes da língua dos sinais dos surdos, a Libras, ou professores de braile para os cegos. “O ideal é que essa escola conte ainda com uma sala de recursos aberta a todos os alunos. É um espaço multimídia com equipamentos, incluindo máquinas de braile e computadores com programas de voz para os cegos. Todos podem perceber que suas desigualdades fazem parte do aprendizado”, afirma. Melhor rendimento
Há 14 anos o Colégio Jean Piaget, em São Paulo, trabalha com crianças especiais. Elas representam 15% dos alunos e são deficientes mentais, físicas e até superdotadas, segundo a coordenadora pedagógica Sônia Dreyfuss. “O rendimento deles é maior na escola regular, pois enfrentam situações que os desafiam. Se não conseguem de um jeito, tentam de outro”, avalia Sônia, que se ressente do movimento pela inclusão nas escolas particulares ser ainda muito incipiente. “Eu sinto isso quando esses alunos chegam ao fim do curso aqui, que é a 8a série, e tento encaminhá-los para outras instituições. Na maioria das vezes, as escolas alegam que não estão preparadas para recebê-los, mas percebo que é mais pelo medo do preconceito da sociedade”, diz Sônia.
“Na escola pública o movimento de inclusão tem avançado mais”, avalia o consultor de inclusão social, Romeu Kazumi Sassaki, que acompanha o assunto na rede pública escolar de Goiás e de Minas Gerais. “De quatro anos para cá, das 1.280 escolas públicas de Goiás, 360 se tornaram inclusivas, e 88% delas tiveram sua arquitetura adaptada”, conta o diretor de Ensino Especial, da Secretaria de Educação do Estado de Goiás, Dalson Borges Gomes. No estado, não se abrem mais escolas especiais. “Hoje são 52 instituições que trabalham em parceria com a escola regular. Algumas especiais se transformaram em inclusivas, recebendo alunos da regular e outras se tornaram centros de referência de saúde e assistência social”, completa Gomes. A mãe de Matheus, 10 anos, comemora os avanços de seu filho, que é surdo, e mudou há três anos de uma sala especial para uma sala comum numa escola regular em Goiânia. “O convívio com outras crianças fez com que Matheus se tornasse menos dependente de mim e com vontade de aprender cada vez mais”, declara Aparecida Maria Campos de Sousa. Como garantir a vaga de seu filho
Segundo a procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero, qualquer escola que se recusar a matricular a criança especial pode ser denunciada ao Ministério Público. “Os pais devem preparar um documento de solicitação de matrícula e estipular um tempo de resposta. O silêncio será entendido como recusa”, explica.
O documento deve ser entregue na escola e protocolado, ou registrado no Correio ou no cartório. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão tem uma cartilha que explica como deve ser a inclusão da criança com deficiência nas escolas da rede regular de ensino. A cartilha pode ser acessada no site www.pgr.mpf.gov.br/pfdc/pfdc.html, e outras informações obtidas no telefone (61) 3031-6000.
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