sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Resgatados da solidão absoluta

Já é possível diagnosticar autismo
em bebês e há tratamentos que
permitem a muitas crianças levar
uma vida próxima do normal


Anna Paula Buch
alla


"Meu filho Felipe é autista. Ele é um garoto feliz e brincalhão. Mas não foi sempre assim. Quando completou 1 ano e 8 meses, entrou num processo regressivo. Foi perdendo as palavras e as brincadeiras que havia aprendido até então. Era como se eu estivesse perdendo o meu filho." O depoimento é da médica Simone Pires, de 33 anos. Ela chegou a ouvir de um neurologista que Felipe seria incapaz de formar vínculos afetivos e que o melhor seria que o menino ficasse em casa, trancado em seu próprio mundo. Felipe hoje tem 5 anos. Freqüenta a escola, tem amigos, pratica natação. Desde os 2 anos, submete-se a um tipo de terapia comportamental, a ABA (sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento), criada para tirar o autista do isolamento em que vive e promover a sua inclusão na sociedade. Por meio dela, ensina-se o autista a desenvolver habilidades, como brincar e interagir com amigos, olhar nos olhos de quem lhe fala, demonstrar afeto. Recentemente, para aplacar a angústia da avó depois de um susto, Felipe beijou-a e disse: "Passou. Passou". Até pouco tempo atrás, esse comportamento seria inimaginável para um autista. O progresso de Felipe é resultado dos avanços conquistados no diagnóstico e no tratamento do distúrbio, sobretudo na última década.

Hoje é possível saber se uma criança de 3 meses sofre de autismo, um tipo de perturbação que faz com que ela não interaja com o mundo exterior. O diagnóstico é feito por intermédio de testes de comportamento e questionários respondidos pelos pais. Quanto antes iniciado o tratamento, melhores são os prognósticos. Algumas crianças respondem melhor, outras nem tanto, mas sempre haverá algum ganho com a intervenção precoce. Em alguns casos, como o de Carolina, de 4 anos, o sucesso é praticamente completo. Do silêncio e da reclusão absoluta em que viveu até um ano e meio atrás, a menina passou a conversar com fluência impressionante. Seu desenvolvimento cognitivo e social a levou a níveis bastante próximos dos de uma criança sem problemas.


Um comentário:

  1. Olá, Michele,
    Acredito que nada nesse mundo acontece por acaso. Você pode não acreditar mas, antes de encontrar seu blog visitei tantos outros...
    Sou médica, neurologista e neurocirurgiã, e filósofa e, é claro, sempre uma discípula a procura de sabedoria. O Breno é uma graça de Deus na sua vida, querida! Sei disso pelo que já ví e viví enquanto médica e ser humano. Tenho quatro filhos já adultos: 1 homem e 3 mulheres. Enquanto casada por 17 anos tive um marido que só pensava em trabalho e ganhar mais; os filhos cresciam, e ele, o pai, perdeu todas as aportunidades de ser um "verdadeiro" pai, era presente somente como provedor financeiro. Não era carinhoso com os filhos, era totalmente desatencioso e sempre ausente nos melhores momentos dos filhos. Nos divorciamos em 2001. Os filhos o amam demais...nem imagina o quanto. Depois de alguns anos, ele refez sua vida e há 3 anos atrás nasceu a Luiza, filha do seu segundo casamento. É uma menina linda, muito amada pelos irmãos e é autista. Veja bem, hoje, ele já não tem opção como teve desde 30 anos atrás.
    Sabe, Michele, sou uma pessoa muito espiritualista e o principal lema da minha vida é dar amor e carinho aos que precisam e tenho a absoluta certeza de que o Breno foi seu melhor presente de Deus. Parabéns por ser a mãe que você é! Ninguém no mundo tem cópias; cada ser humano é ímpar, nunca existirá outro igual.
    Tomei a liberdade de colocar duas postagens do seu blog no meu e até colocá-los no meu perfil.
    Meu blog é um blog voltado para o amor, solidariedade, fraternidade e carinho, que é do que a humanidade precisa. Através de postagens simples procuro atingir o coração de alguém para um mundo melhor.
    Eu tinha outro mas estava desatualizado. Ainda nem sequer divulguei mas, se quiser visitá-lo o endereço é anaterezinhanavarro.blogspot.com
    Um beijo para você e no Breno.

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